Grupo Bertin também pagou reforma no sítio de Atibaia, diz PF

Imprensa - 29/11/2016

Lula durante depoimento de Dilma no Senado no processo de impeachment FOTO Pedro França:Agência SenadoBrasília (DF) – A Polícia Federal (PF) apontou em novo laudo que o Grupo Bertin também participou e custeou as obras do sítio Santa Bárbara, em Atibaia (SP), usado pela família do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A descoberta indica que a propriedade teria sido reformada por acusados de corrupção na Petrobras, entre eles as empreiteiras Odebrecht, OAS e o pecuarista José Carlos Bumlai, amigo de Lula, que tem negócios com a família Bertin.

De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo desta terça-feira (29), a descoberta decorre da análise da movimentação bancária e dos e-mails do arquiteto Igenes dos Santos Irigaray Neto, que prestava serviços para as usinas do Grupo São Fernando, de Bumlai.

Segundo a reportagem, ele já admitiu ter realizado serviços no projeto da reforma do sítio, a pedido da família do pecuarista amigo de Lula, que foi preso pela Operação Lava Jato em novembro de 2015 e condenado a nove anos de prisão, em setembro, pelo juiz federal Sérgio Moro.

Para o deputado federal Rogério Marinho (PSDB-RN), os novos indícios que recaem sobre a reforma no sítio usado pelo ex-presidente complicam cada vez mais a situação do petista.

“É evidente que temos que aguardar o desfecho do processo, mas a verdade está vindo à tona. O que esperamos é que a justiça seja feita. Se eventualmente for constatado que o ex-presidente, utilizando-se de seu cargo, usou tráfico de influência para obter benefícios pessoais, como os indícios estão apontando, é importante que o Brasil dê uma resposta à sociedade mostrando que ninguém está acima da lei, nem sequer o ex-presidente da República. E as punições que eventualmente ocorram sejam sobretudo pedagógicas para que o país possa ser passado a limpo”, afirmou.

A reportagem cita que os comprovantes de depósito para o arquiteto de Bumlai foram encaminhados por meio do e-mail do usuário identificado como “SOLFA”, do Grupo Bertin. O documento da PF anexado ao inquérito em que Lula é investigado por corrupção e lavagem de dinheiro afirma que trata-se de José Eduardo Braga, um dos sócios da Rema Participações, junto com membros da família Bertin.

Os pagamentos da Bertin para o arquiteto da obra foram realizados em novembro de 2010, no valor de R$ 40.008,00, em 29 de novembro de 2010, R$ 18.489,26, e o terceiro em 18 de março de 2011, no valor de R$ 52.026,74, mostra o relatório.

Em um e-mail encontrado, em que foi feito o pedido de adiantamento de R$ 40 mil, consta um valor de contrato de R$ 225 mil.

Combate à corrupção

O tucano Rogério Marinho afirma ainda que a votação do pacote das 10 medidas anticorrupção será fundamental no aperfeiçoamento do combate à corrupção, que, segundo ele, virou “endêmica” no Brasil.

“Nosso problema não é a quantidade de lei que temos. Tem muito mais a ver com a questão da impunidade que existe hoje na sociedade e que é quase cultural. Precisamos dar uma limpada no cenário nacional e, assim, o país vai poder finalmente ter tranquilidade no setor político e econômico, voltar a crescer, gerar empregos, a ser um país que todos temos saudade de nos orgulharmos dele”, concluiu.

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29/11/2016