Vendas no comércio têm maior queda desde 2001
É mais um recorde negativo para o mês de maio, com o recuo de 9% na comparação com o mesmo período em 2015
Impulsionada pela evolução dos preços acima da inflação, mercado enfraquecido e altas taxas de desemprego, a queda no volume de vendas no comércio varejista brasileiro continua quebrando recordes negativos. Em maio, recuou 9% na comparação com o mesmo mês em 2015, registrando a maior queda para o mês desde 2001, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). É o 14º resultado negativo consecutivo, observado principalmente durante a gestão da presidente afastada Dilma Rousseff.
Seguindo a tendência do ano passado, os primeiros cinco meses de 2016 já registraram uma retração preocupante na atividade, de 7,6%. E a propensão é que a recuperação ocorra lentamente, uma vez que as altas taxas de desemprego também vêm obtendo sucessivos recordes negativos.
De acordo com o IBGE, a queda no varejo nacional foi puxada por vendas mais fracas em inúmeros setores, como lojas de departamento, móveis, eletrodomésticos, artigos farmacêuticos, médicos e comunicação em geral. Os hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo não registraram variação em maio, mas na comparação anual tiveram desempenho negativo de 5,6%.
O deputado federal Fábio Sousa (PSDB-GO) alerta que o problema pode ainda se prolongar, já que o governo do presidente em exercício, Michel Temer, ainda não conta com dinheiro suficiente para impulsionar o setor.
“O problema é que o governo também está sem dinheiro. Você tem um déficit de R$ 170 bilhões. No ano que vem vai diminuir um pouquinho, mas vai continuar sendo um déficit terrível, fruto do governo Dilma também. Então, o governo não tem dinheiro nem para honrar os seus compromissos. Vai faltar e está faltando dinheiro na praça. E isso gera inflação e juros altos.”
Para Fábio Sousa, Temer precisará superar sérios problemas deixados como herança pelo governo anterior para reverter esse quadro.
“O primeiro passo importante é tirar a Dilma de vez, acabar com esse fantasma de que ela poderia voltar. Depois disso, ainda tem muito trabalho. Ir atrás de recursos e investidores para o país, para que se possa ter um dinheiro rodando. E aí o comércio que hoje está fechando as portas volta a abrir ou se mantém aberto. E a população volta a trabalhar. Porque talvez o mais importante hoje seja manter o emprego. Nós estamos com um índice de quase 12% de desemprego. Se a gente não tomar medidas cabíveis para auxiliar nesse sentido, nós vamos ter problemas mais sérios”, afirmou o tucano.