IBGE aponta 13,5 milhões de brasileiros na pobreza extrema; crianças e negros são a maioria

Notícias - 07/11/2019

13,5 milhões de brasileiros ainda vivem na pobreza extrema, segundo dados do IBGE divulgados na quarta-feira (06/11). É o pior índice dos últimos sete anos. Isso significa que 6,5% da população do país sobrevivem com menos de R$ 8 por dia. São pessoas em condições precárias de moradia, sem acesso a esgotamento sanitário e água tratada e não que possuem coleta de lixo. O acesso aos serviços básicos de saúde e o nível de escolaridade também são bastante reduzidos.

Os estados da região Norte e Nordeste são os que apresentam os piores indicadores. O nível de pobreza nessas regiões supera a média nacional de 25,3% da população.

Negros e pardos representam 73% dos mais pobres. E entre as crianças recém-nascidas até os 14 anos, 42,3% estão abaixo da linha da pobreza.  Os idosos representam 7,5% do total.

A questão da pobreza no Brasil não é nova e exige alternativas mais efetivas. Reformas estruturantes são essenciais.

Reformas estruturantes são alternativa efetiva
O país já deu um passo com as mudanças na Previdência. Gastar menos com um sistema que, como está, privilegia uma pequena parcela com maiores salários significa ter dinheiro para investir naqueles que mais precisam. Menos dinheiro para altas aposentadorias é mais investimento na educação infantil, na saúde e no saneamento básico.

A reforma administrativa será outro avanço. Quanto menos o Estado gastar com sua própria estrutura, mais poderá investir naquilo que gera melhores condições de vida para a população.

Reforço na transferência de renda
Por fim, programas de transferência de renda são importantes e precisam ser reforçados. A PEC Paralela da Previdência, em tramitação no Senado, cria o Benefício Universal Infantil. Trata-se de um pagamento mensal a crianças e adolescentes que, com a aprovação da proposta, será incorporado à nossa Constituição.

Esse dispositivo corrige uma grande injustiça: apesar de as crianças serem a grande maioria na linha abaixo da pobreza, apenas 5% dos programas sociais no Brasil são voltados especificamente para elas. E algumas faixas de idade estão totalmente desprotegidas.

Investir na infância deve ser prioridade quando se fala também em reduzir as desigualdades. Crianças fora da linha da pobreza, com educação de qualidade, serão adultos com melhores condições de vida e mais aptos a alcançarem bons empregos e maiores rendas.

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07/11/2019