Indústria de transformação do Rio tem pior resultado dos últimos 30 anos

Imprensa - 30/01/2017

Indústrias

Brasília (DF) – Em meio à recessão vivida pelo país, a indústria de transformação fluminense vive sua pior fase das últimas três décadas. Segundo levantamento da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), o segmento acumula recuo de 21% de 2012 a 2016, com a produção sem crescer há três anos. Nestes cinco anos, a queda do setor é o dobro da registrada entre 1994 e 2000, quando havia acumulado perda de 10,4%. As informações são do jornal O Globo desta segunda-feira (30).

De acordo com a Firjan, o cenário negativo foi potencializado pela pesada carga tributária elevada do setor – quase metade de tudo que é produzido pela indústria é direcionado ao pagamento de impostos. O economista-chefe do instituto, Guilherme Mercês, afirmou ao O Globo que os principais segmentos industriais afetados pela crise são também os que têm peso importante na economia do estado: cadeia de óleo e gás, construção civil e produção de veículos automotores.

Para o deputado estadual Luiz Paulo Corrêa da Rocha (PSDB-RJ), o péssimo desempenho da indústria fluminense está diretamente associado ao comportamento geral da indústria brasileira, que, em 2015, encolheu 8,3% e fechou 2016 no negativo novamente.

“Sem dúvida, esses fatores estão fortemente ligados. O Rio é o maior produtor de petróleo e gás do Brasil, o que faz com que esse resultado negativo se acentue aqui. Além de a recessão promover a queda geral da indústria no país, aqui no Rio essa cadeia produtiva se faz sentir mais em função do desastre que foi a gestão do PT na parte do petróleo e gás. A recessão geral se reflete no Rio com mais intensidade que em outras regiões e daí também deriva essa crise financeira que nosso estado está lidando, a maior do país”, afirmou.

As perspectivas para este ano são de paralisação da queda da produção da indústria de transformação do estado. Segundo o economista Mercês, haverá um respiro de 0,1%, devido a uma melhora na atividade extrativa, cujas expectativas estão ancoradas numa retomada dos projetos da Petrobras, com impacto positivo nas indústrias metal-mecânica e naval, e na demanda da indústria geral, devido à trajetória de queda dos juros.

Petróleo

Ainda na avaliação do tucano, o cenário negativo do estado também se deve à “péssima gestão” dos governos dos ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff à frente da Petrobras, levando ao maior processo de corrupção da história do país.

“Foi um desastre. O PIB do estado em 2015 e 2016 se apresentou negativo, sendo que o de 2016 chegou a bater a casa dos 3,6% de queda, maior do que a queda do PIB nacional. Com a desestruturação e o desinvestimento da Petrobras, desabou a nossa cadeia produtiva de óleo e gás. Desabando essa cadeia, evidentemente a desindustrialização se deu de forma muito intensa. Associada a essa política predatória de apostar tudo na indústria petrolífera, também desmoronou a queda de veículos. As montadoras registraram quedas na produção superiores a 20%, o que contribuiu para esse quadro”, completou.

A previsão da entidade é que, no primeiro semestre deste ano, o setor já registre aumento das horas trabalhadas e do nível de uso da capacidade instalada que, segundo o dado mais recente, de novembro, estava em 74,2%, o segundo menor nível para o mês da série histórica da Firjan, iniciada em 2003.

X
30/01/2017