Nota da Minoria: Ingresso da Venezuela no Mercosul
A liderança da Minoria na Câmara dos Deputados vem a público manifestar sua total discordância com a forma como o governo brasileiro conduziu o episódio.
Brasília – Em virtude dos acontecimentos que resultaram na assinatura do acordo que permitiu a formalização da adesão da Venezuela ao Mercosul, a liderança da Minoria na Câmara dos Deputados vem a público manifestar sua total discordância com a forma como o governo brasileiro conduziu o episódio, por entender que interesses ideológicos se sobrepuseram aos da Nação.
A diplomacia brasileira, que tradicionalmente se notabilizou por guiar suas decisões por critérios apartidários, equilibrados, criteriosos e voltados para valores universais, passou a ter uma visão estreita de condução das questões entre as Nações ao privilegiar questões políticas nas relações internacionais.
Aproveitar-se da suspensão temporária do Paraguai no Mercosul para promover a entrada da Venezuela, demonstra uma imensa contradição da atual política externa brasileira. O afastamento do Paraguai do Mercosul teve como sustentação a chamada cláusula democrática, por considerar que o impeachment do presidente Fernando Lugo foi um “golpe”. Já a aprovação do ingresso da Venezuela na organização, no entanto, não levou em conta a mesma cláusula democrática. Foi rigorosamente esquecido que o governo de Hugo Chaves é modelo de violação das regras democráticas na América do Sul.
Ao patrocinar o ingresso açodado da Venezuela no Mercosul, a diplomacia brasileira demonstra que está sendo conduzida de forma partidária e pouco democrática, o que se constitui em favor de desagregação e insegurança, fazendo com que o país saia menor em episódio como este.
Deputado Antonio Carlos Mendes Thame (PSDB-SP), líder da Minoria na Câmara Federal.