INSS afasta ex-ministro por suposto privilégio em aposentadoria de Dilma
Petista se aposentou menos de 24 horas depois de ser notificada de seu afastamento definitivo
Brasília (DF) – O Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário determinou neste sábado (1º) o afastamento do ex-ministro petista Carlos Gabas e outros dois servidores do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) para investigar a conduta deles em um suposto tratamento privilegiado para a aposentadoria da ex-presidente Dilma Rousseff.
Segundo reportagem da revista Época, Dilma se aposentou menos de 24 horas depois de ser notificada pelo Senado de seu afastamento definitivo, em 31 de agosto. Gabas teria ido pessoalmente à sede do INSS em Brasília, sem agendamento, para garantir a pensão mensal de R$ 5.189,82 à petista.
No Brasil, o tempo médio de espera para se aposentar é de 74 dias. Em Brasília, onde o pedido foi deferido, é de 115 dias.
O secretário executivo do ministério, Alberto Beltrame, determinou ao INSS a imediata abertura de sindicância interna para apurar a responsabilidade de Gabas, Iracemo da Costas Coelho e Fernanda Cristina Doerl dos Santos.
Segundo a Época, Coelho era o chefe do INSS no início de setembro quando, segundo a “Época”, recebeu Gabas pessoalmente – e sem agendamento – para tratar da aposentadoria de Dilma. Já Fernanda teria sido responsável por fazer 16 alterações no cadastro da ex-presidente em dezembro do ano passado, oito dias após o então presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ter aceitado o pedido de impeachment contra a petista.
Beltrame determinou o afastamento dos servidores para que eles “não possam interferir no andamento das investigações”.
Ainda de acordo com a revista, Dilma e o ex-ministro afirmam que não houve nenhum privilégio ou tratamento diferenciado e que a petista já poderia ter se aposentado há 10 anos. Eles dizem ainda que houve um agendamento feito “há meses” e que o pedido de alteração foi feito também com antecedência. Não há, porém, registros no sistema do INSS desses agendamentos.
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