Justiça libera acesso a empréstimos do BNDES a Cuba no governo Lula
Associações ligadas à transparência e ao controle de fraudes ao patrimônio público comemoraram a decisão da Justiça em liberar o acesso a documentos de empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) a Cuba. A determinação da 16ª Vara Federal de Brasília atendeu a um pedido de um economista que tentava obter informações sobre o financiamento de US$ 682 milhões do banco estatal para a Odebrecht modernizar o Porto de Mariel, em Cuba. A obra foi inaugurada pela presidente afastada Dilma Rousseff, pelo presidente cubano, Rául Castro, e pelo empresário Marcelo Odebrecht, preso em Curitiba por corrupção detectada na Operação Lava Jato.
De acordo com matéria do jornal Correio Braziliense desta terça-feira (12), meses após a inauguração, descobriu-se que a obra continha valores pagos a fundo perdido, da ordem de US$ 100 milhões. As investigações, que ocorreram em sigilo, também detectaram um e-mail que indicava que a Odebrecht recebia de volta parte dos recursos repassados a uma consultoria de engenharia.
O acesso aos contratos de empréstimo para a reconstrução do porto pela empreiteira brasileira havia sido barrado pela presidente petista. O financiamento é também investigado em dois inquéritos abertos pelo Ministério Público Federal no Rio de Janeiro e em Brasília, que apuram o suposto tráfico de influência do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para garantir o empréstimo ao governo cubano.