Liderança do PT no Senado abriga filiados ao partido que perderam cargos comissionados
A cúpula do PT estima que pode passar de 25 mil o número de filiados ao partido que perderam seus cargos comissionados em função das derrotas dos candidatos da sigla nas últimas eleições municipais e do afastamento definitivo da ex-presidente Dilma Rousseff. Como destaca matéria publicada nesta terça-feira (10) pelo jornal Folha de S. Paulo, o próprio presidente da legenda, Rui Falcão, avalia que “milhares” de petistas deixaram ou ainda deixarão seus cargos em comissão em função desse quadro.
A reportagem destaca que uma pequena parcela desses petistas está sendo absorvida pela liderança do PT no Senado. Dos 30 servidores que trabalham na liderança do partido na Casa, metade foi admitido de 2015 para cá. Entre eles estão Wilmar Lacerda, Secretário de Administração Pública no governo Agnelo Queiroz e ex-presidente da sigla no Distrito Federal. Em dezembro, ele foi condenado pelo Tribunal de Justiça Federal do Distrito Federal por improbidade administrativa e teve seus direitos políticos suspensos por cinco ano.
Também integram a lista de servidores petistas João Pedro Gonçalves da Costa, ex-presidente da Funai (Fundação Nacional do Índio), e antigos assessores da Casa Civil e da Secretaria de Direitos Humanos da época do governo petista. Caso similar ocorre na liderança na minoria no Senado, atualmente comandada pelo PT, que abriga Gilberto Carvalho, que foi ministro da Secretaria-Geral do governo Dilma, Samuel Pinheiro Guimarães, ex-secretário-geral do Ministério das Relações Exteriores, e Daisy Barretta, que foi assessora de Dilma.
O senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO) fez duras críticas ao modo como o PT abriga seus correligionários em cargos de confiança no serviço público. Para o tucano, a indicação de filiados ao partido para vagas na liderança do partido no Senado e também na liderança da minoria comprovam que o partido mantém seus métodos de fazer política mesmo longe da presidência da República e das principais prefeituras do país.
“Esse modus operandi do PT levou o nosso país a esse desastre. Um dos quesitos mais danosos para o nosso pais é exatamente essa política dos companheiros. Aqueles companheiros do Lula, da Dilma, de Dirceu, do Palocci, esses companheiros foram agraciados o tempo todo. Por isto que o PT hoje se encontra do jeito que está”, afirmou o tucano, que não demonstrou surpresa com o fato de o PT continuar fazendo sua velha política de distribuição de cargos.
“Não me surpreende que, mesmo depois do impeachment, muitos desses companheiros ainda estão sendo agraciados pela bancada do PT na Câmara, pela bancada do PT no Senado Federal, e até mesmo em algumas poucas prefeituras que sobraram Brasil afora. Só que toda essa politicagem e companheirismo vai chegar ao seu final. Não surpreende mais o povo brasileiro esse método de fazer política do PT e, nas eleições de 2018, se é que o PT chegará lá, a sigla estará, eu diria, muito próxima da sua extinção”, concluiu o parlamentar.
Clique aqui para ler a matéria da Folha de S. Paulo sobre o assunto.