Lippi critica postura de Lula ao mencionar ex-aliado

Em depoimento concedido à Justiça Federal como testemunha de defesa do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a utilizar uma velha tática repetida à exaustão desde que o petista virou alvo da Operação Lava Jato: alegar que não sabia de nada. Nesta terça-feira (4), o petista disse desconhecer uma possível influência de Cunha sobre o Fundo de Investimentos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FI-FGTS), que é administrado pela Caixa Econômica Federal.
O ex-presidente também afirmou não conhecer ex-sindicalista André Luiz de Souza, ligado à Central Única dos Trabalhadores (CUT). Tanto Souza quanto Cunha são acusados de terem sido beneficiados com o desvio de recursos do FI-FGTS. As informações são de matéria publicada pelo jornal O Globo.
A postura de Lula durante o depoimento à Justiça Federal foi duramente criticamente pelo deputado federal Vitor Lippi (PSDB-SP). Na avaliação do tucano, a credibilidade do ex-presidente se deteriora a cada novo episódio em que o petista tenta se esquivar dos questionamentos feitos por investigadores.
“Isso [depoimento] mostra claramente essa característica do Lula de ser falso, iludir as pessoas, e sempre usar uma retórica que só ele acredita, porque ele passou a ser uma pessoa desacreditada no pais exatamente por não ter credibilidade. Ele não tem compromisso com a verdade. Essa passou a ser uma das maiores características dele, o que é lamentável”, lamentou o tucano.
Ao ser questionado sobre a nomeação do peemedebista Moreira Franco – atualmente ministro do governo Michel Temer – para a vice-presidência da Caixa em 2007, Lula também lavou as mãos e disse que tratava-se de uma indicação feita pelo PMDB ou pela bancada da legenda, que à época fazia parte da base aliada do governo Lula.
Lippi ressaltou ainda que, tanto nos processos em que Lula é réu quanto em inquéritos em que o petista é testemunha, como o caso que envolve Eduardo Cunha, a tentativa de subestimar a inteligência da população e das instituições do país não surtirá efeito.
“Eu acredito que isso não vai mudar situação dele nem das pessoas que ele eventualmente queira proteger, porque ele está absolutamente desacreditado. Com isso, ele subestima mais uma vez a população brasileira, a polícia, o judiciário. Ele tem sido absolutamente reincidente nessa prática de não ter compromisso com a verdade”, concluiu o parlamentar.
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