Livro em que defesa de Lula contesta Lava Jato é “obra de ficção” para tentar livrar petista da Justiça, afirma deputado

Juristas reiteram a tese de que o petista é perseguido pela força-tarefa do MPF e pelo juiz Sérgio Moro

Imprensa - 13/01/2017

img201510291219194435972MED - rodrigo de castroBrasília (DF) – Com o objetivo de contestar a Operação Lava Jato, a defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva lançou o livro “O caso Lula – A luta pela afirmação dos direitos fundamentais no Brasil”, que reúne 18 artigos de 22 autores, entre advogados, professores de Direito, integrantes do Judiciário e do Ministério Público. Os juristas reiteram a tese de que o petista é perseguido pela força-tarefa do Ministério Público Federal (MPF) e pelo juiz Sérgio Moro, com a conivência da imprensa.

Segundo o jornal O Globo desta sexta-feira (13), ao longo de 313 páginas, eles sustentam que o princípio da presunção de inocência e o direito a um julgamento justo estão sendo “desrespeitados”. Também questionam a imparcialidade de Moro, responsável pelos processos da Lava Jato na primeira instância.

As principais críticas são à condução coercitiva de Lula para depor; à acusação de que Lula seria o “comandante máximo” do esquema de corrupção, e à divulgação de gravação de conversa telefônica dele com a ex-presidente Dilma Rousseff.

Para o advogado e deputado federal Rodrigo de Castro (PSDB-MG), o livro não passa de mais um “factoide” inventado pela defesa de Lula na tentativa desesperada de tentar se livrar da Justiça. “Deveria estar na lista dos livros de ficção. Nós sabemos e acompanhamos todo o desastre que o PT provocou ao país. A Lava Jato está desvendando uma parte dessas ações e o que queremos é que essas investigações prossigam e que as apurações sejam feitas”, afirmou.

No livro, os juristas afirmam ainda que a força-tarefa atribui ao ex-presidente a propriedade de dois imóveis que não lhe pertencem. Lula e sua mulher, Marisa Letícia, são réus por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, acusados de receber vantagens indevidas da OAS na reforma de um tríplex em Guarujá (SP), do qual seriam donos ocultos.

De acordo com o tucano, o ex-presidente tem “medo da verdade” e se esconde tentando criar, ao longo dos últimos meses, uma “cortina de fumaça” em vez de se explicar à Justiça e à população.

“O que o Lula tem que fazer é explicar para o país a origem do seu patrimônio e de sua família, coisa que ele não tem feito de maneira séria. Então, agora ele lança mais um factoide para produzir uma cortina de fumaça e desviar a atenção. Chega a ser estarrecedor que eles culpem a mídia, que tem a função de noticiar os fatos. Mas nós esperamos que a justiça seja feita e que ele pague por tudo aquilo que fez de mau ao país”, completou.

R$ 1 milhão

Nesta quinta (12), a defesa do petista protocolou uma ação de reparação por danos morais contra o promotor do Ministério Público de São Paulo Cassio Conserino. Lula pede que Conserino seja condenado a pagar R$ 1 milhão ‘a título de indenização ao ex-presidente, levando-se em consideração a extensão dos danos causados e, ainda, a capacidade econômico-financeira do citado agente público’.

Ao lado de dois colegas, o promotor denunciou o ex-presidente e pediu a prisão preventiva dele em março do ano passado. A peça acusava Lula de ocultação de patrimônio e falsidade ideológica envolvendo a propriedade do triplex no Guarujá. Os advogados de Lula afirmam que Conserino procurou prejudicar a reputação e a honra do ex-presidente.

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13/01/2017