Lula cancela viagem para evitar protestos
O pré-candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, cancelou viagem marcada para hoje a Campinas (95 km de São Paulo) para não enfrentar protesto de servidores municipais, em greve contra a administração da prefeita petista Izalene Tiene desde a segunda-feira passada.
Segundo a Folha apurou, a decisão foi tomada pela coordenação de campanha de Lula por causa do acirramento da tensão entre os servidores em greve e a administração petista, que chegaram a um impasse nas negociações.
O partido teria informações de que uma grande manifestação organizada pelo PC do B estaria sendo programada para a visita.
Apesar de aliado de Lula na campanha presidencial e de ocupar cargos na prefeitura, o PC do B, que controla o sindicato da categoria, vem radicalizando o confronto com a administração liderada pelo PT. Na semana passada, piquetes organizados pelo sindicato e pelo PC do B terminaram com agressão a secretários petistas e em confronto com a Guarda Municipal, corporação que é subordinada à prefeitura.
A mudança às pressas na agenda de Lula ocorreu depois da tentativa fracassada de dirigentes nacionais e estaduais da CUT (Central Única dos Trabalhadores) de acabar com a greve.
Representantes da central se reuniram com os grevistas na sexta-feira passada para tentar por fim à paralisação antes da visita de Lula, mas não obtiveram sucesso.
Segundo sua assessoria, Lula vai visitar hoje apenas cidades das regiões de Araraquara e Sorocaba, também no interior de São Paulo.
Segundo a coordenação da campanha petista, Lula não tem nova data para visitar Campinas.
A prefeita Izalene Tiene informou, por meio de sua assessoria, que não foi avisada do cancelamento da visita de Lula à cidade.
Ontem, durante o sorteio de moradias populares da CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo), ela enfrentou um protesto contra a sua gestão.
Tiene foi vaiada no ato, que reuniu cerca de 15 mil pessoas no estádio do Guarani Futebol Clube, e teve de deixar o local às pressas. O governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP), estava no evento.
Os servidores municipais reivindicam recomposição salarial, aumento real e auxílio-alimentação. Na semana passada, a prefeita encerrou as negociações com os servidores e enviou projeto à Câmara fixando o reajuste segundo a proposta da prefeitura.
Mas os vereadores decidiram não votar o projeto enquanto a greve não for encerrada.