Maduro ameaça prender magistrados nomeados pela oposição na Venezuela
Em uma nova ofensiva contra a oposição ao governo venezuelano, o presidente Nicolas Maduro afirmou que prenderá “um a um” todos os 33 magistrados nomeados na última sexta-feira (21) para o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) pelo Parlamento local. A primeira vítima da reação de Maduro foi o professor Ángel Zerpa, preso na tarde de sábado em Caracas, capital do país. Para o deputado federal Silvio Torres (PSDB-SP), a ação de Maduro é sintomática de um governo com baixa popularidade.
“A crise na Venezuela é muito profunda. O país está totalmente dividido, e o presidente se sustenta às custas de milícias, apoio popular baixo, e políticas que mantém uma parte da população fiel a ele. Mas a maioria da população hoje, cerca de 80%, quer a deposição dele.”
A decisão da Assembleia Legislativa venezuelana em eleger um Supremo Tribunal paralelo é uma resposta à tentativa do governo de avançar com o processo para a formulação de uma nova constituinte, iniciado por Maduro. Os partidos da oposicionista Mesa de Unidade Democrática observam que a convocação do presidente para uma nova Constituição sinaliza um golpe de Estado.
Para Sílvio Torres, as ações de Maduro para se manter no poder são graves, e afetam a relação do país com as nações vizinhas.
“E agora está sendo convocada, já para esta semana, um plebiscito para uma nova Assembleia Constituinte, que é uma tentativa dele para se segurar no poder. A situação na Venezuela é gravíssima. Maduro já perdeu toda a legitimidade, e isso está afetando toda a região, pois o país é um parceiro importante na América Latina.”
A reação do governo contra a Corte antecipa outras tensões que a Venezuela vivenciará nesta semana. No próximo domingo, o país realizará eleições para escolher os deputados para a Assembleia Nacional Constituinte.