Mais um delator confirma propina por empréstimos no BNDES
Mais um delator da Operação Lava Jato confirmou, em depoimento à Polícia Federal, o pagamento de propina para petistas. O empresário Ricardo Pessoa, dono da UTC, afirmou que o ex-presidente do BNDES Luciano Coutinho o orientou a procurar o então tesoureiro da campanha de Dilma Rousseff à reeleição, o ex-ministro da Secretaria de Comunicação da Presidência da República Edinho Silva, para fazer doações ilegais em 2014. Para os investigadores da Lava Jato, a declaração, feita em junho como complementação de sua delação premiada, pode ser mais um indício de cobranças a empresários financiados pelo banco.
Para o deputado federal Domingos Sávio, presidente do PSDB-MG, essa acusação “só confirma que o Brasil não estava governado por um partido sério ou por pessoas sérias”. “O país estava em poder de uma quadrilha, que não só desorganizou toda a economia, envergonhou e traiu os brasileiros, mas também levou o BNDES a uma situação complicadíssima. Usou uma instituição que deveria ser para fomento e gerar desenvolvimento ao país para corrupção e para mandar dinheiro para fora do país. O PT fez muito mal ao Brasil”, criticou o tucano.
De acordo com matéria do jornal Folha de S.Paulo desta terça-feira (26), a conversa aconteceu em 2014, quando Coutinho ainda era presidente do BNDES, na sede do banco em São Paulo, para tratar do projeto do aeroporto de Viracopos, na região de Campinas (SP). A UTC integra o grupo que controla o empreendimento e contou com um empréstimo do banco estatal de R$ 1,5 bilhão aprovado em dezembro de 2013.
Integrantes do comitê da campanha de Dilma relataram à Folha que Coutinho tinha a função, ao lado do ex-ministro da Fazenda Guido Mantega, de apresentar o ministro Edinho aos empresários – já que quem transitava entre eles era o ex-tesoureiro da sigla João Vaccari Neto. Além de Pessoa, o empreiteiro Marcelo Odebrecht relatou que Coutinho e Mantega cobravam de empresários financiados pelo BNDES doações para Dilma em 2014. Nesta segunda-feira (25), o ex-diretor da Andrade Gutierrez Flávio Machado também reafirmou que foi instado a doar ao PT após a empresa ser beneficiada por empréstimo do BNDES.
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