Manaus superou crise apesar de “cerco impiedoso” do PT, diz prefeito
“Caiu a arrecadação, imediatamente tem que cair o custeio, a qualquer preço”, destacou Arthur Virgílio
Brasília (DF) – Prefeito de Manaus (AM) reeleito nas últimas eleições municipais, o tucano Artur Virgílio Neto destacou, em entrevista ao portal da revista Veja publicada nesta segunda-feira (5), que a sua gestão na capital amazonense atravessou com sucesso a crise econômica, mesmo com um cerco “impiedoso” criado pelo governo do PT, conseguindo fechar as contas em dia. Apesar de governar quase sem contrapartidas da gestão federal, o prefeito conseguiu marchar “amassando o custeio e privilegiando investimentos”.
“Agora, o que vem pela frente são as PPPs, parcerias público-privadas. Tirar dinheiro de onde tem, com remuneração justa, não pode ser extorsiva, e colocar esse recurso onde falta, para fazer, por exemplo, um aterro sanitário, investir na mobilidade urbana. Pretendo fazer também parcerias com o governo federal. A minha relação com o presidente Temer é boa, e ao mesmo tempo ampliar parcerias com organismos de crédito internacionais e manter o cerne da nossa prefeitura: a independência”, afirmou.
“A gente tendo ajuda, governa muito melhor. Não tendo, governa porque a gente poupa no custeio e faz sobrar dinheiro para o investimento. Caiu a arrecadação, imediatamente tem que cair o custeio, a qualquer preço”, acrescentou.
Para o tucano, foi essa visão econômica que faltou aos governos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da ex-presidente Dilma Rousseff, o que acabou prejudicando estados e municípios, levando à “pior crise da economia brasileira de todos os tempos”, já anunciada desde 2007.
“Os erros seguidos do governo Lula e Dilma, a força que ganhava Guido Mantega [ex-ministro da Fazenda], com suas visões acomodadas, erradas em economia, redundaram em uma crise que era perceptível já naquela altura”, constatou.
Por conta disso, Artur Virgílio Neto avaliou que o desafio do governo Temer será ainda maior. Apesar da equipe econômica ter começado bem, com nomes como os de Henrique Meirelles, Ilan Goldfajn e Mansueto Almeida, é preciso aprovar importantes reformas no Congresso Nacional até a metade do próximo ano para recuperar a saúde fiscal do país.
“A gente tem que colocar a reforma da previdência imediatamente em votação, a limitação do teto, sinalizar uma reforma das leis trabalhistas. Temos que mostrar para o mundo que somos um país que pretende se alçar à condição de país responsável. Ele estava ganhando essa fama com o governo Fernando Henrique e o Plano Real, que depois se esvaiu com Lula, que não aproveitou a bonança para fazer reformas. Preferiu a simpatia à realidade, perdendo a chance de igualar o Brasil a países mais desenvolvidos, como o Chile”, ressaltou.
O prefeito de Manaus completou dizendo que a palavra de ordem do governo deverá ser a saúde fiscal, “sob pena de nós pagarmos altos preços por conta desses equívocos governamentais”.
Assista AQUI a íntegra da entrevista de Arthur Virgílio ao portal da revista Veja.