Mercado de trabalho vai demorar a reagir à crise herdada pelo PT

O cenário do mercado de trabalho pode demorar a reagir à crise econômica herdada pelo governo do Partido dos Trabalhadores. Um relatório divulgado nessa quarta-feira pela Fundação Getulio Vargas (FGV) mostra que a retomada do emprego no Brasil só deve começar a partir de outubro deste ano. Até lá, o desemprego pode atingir a marca dos 14 milhões. Segundo o indicador da FGV, isso mostra que a expectativa para a situação de negócio nos próximos meses ainda é de cautela.
O deputado federal Vitor Lippi (PSDB-SP), que é membro da comissão que discute a reforma trabalhista na Câmara dos Deputados, concorda que diante da difícil conjuntura dos últimos dois anos, o governo precisa trabalhar pela recuperação da confiança e pela modernização do país, a fim de gerar mais empregos.
“Nós ainda estamos vivendo a consequência da gravíssima crise econômica que foi a maior da história do país, desde a questão da Lava Jato, e de outras questões importantes, como os gastos públicos excessivos em um passado recente, a inflação, os juros altíssimos. As pessoas aqui têm muito mais dificuldade de ter uma empresa, de gerar empregos, de competir com os outros países e empresas do mundo. Então, nós precisamos modernizar o país para ajudar a sair mais rápido da crise.”
Um estudo recente do Dieese e do Instituto do Desenvolvimento do Trabalho reitera a dificuldade que o brasileiro tem enfrentado para se reinserir no mercado de trabalho. Em algumas regiões do país, o trabalhador pode esperar até um ano para assumir o novo posto. Relator da Comissão da Reforma Trabalhista, o deputado federal Rogério Marinho (PSDB-RN) vê nessa reforma a oportunidade de reação do mercado de trabalho, recuperando mais rapidamente o emprego dos brasileiros.
A percepção da população sobre a dificuldade em conseguir um emprego, apontada pelo Indicador Coincidente de Desemprego, da FGV, também continua pessimista, e tem recuado desde 2016.