Mesmo sem ir às urnas no segundo turno, Lula diz que não se deve “negar a política”

Para o deputado Rocha, a institucionalização da corrupção nos governos petistas é a maior responsável pela descrença da população com o processo eleitoral

Imprensa - 03/11/2016

mc_julgamento-impeachment-dilma-rousseff-terceiro-dia-segunda-feira_032082920161-850x567Apesar de ter deixado de votar no segundo turno das eleições municipais, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que existe desinteresse por parte dos cidadãos na política, o que seria refletido pelo número recorde de abstenções e votos brancos e nulos registrado no segundo turno da votação de 2016. “Nós temos que aprender que, cada vez mais, ao invés da gente negar a política, a gente tem que fazer política, porque a desgraça de quem não gosta de política é ser governado por quem gosta, a minoria, a elite”, afirmou o petista, de acordo com matéria publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo nesta quinta-feira (3).

O deputado federal Rocha (PSDB-AC) contesta a opinião de Lula. Para o tucano, a falta de interesse de uma parcela da população pelo processo eleitoral decorre justamente da descrença com a política gerada pelos inúmeros casos de corrupção envolvendo o PT. O tucano ainda ironizou a suposta “minoria” citada por Lula como a responsável por escolher quem vai governar os municípios a partir do ano que vem.

“Quando ele fala de minoria, que minoria é essa? Aquela que colocou o PT em décimo lugar entre os partidos políticos brasileiros na última eleição? Que tirou o PT dos partidos grandes e colocou como partido nanico? Essa é a minoria que ele fala? Porque foi acachapante a derrota do PT, foi vergonhosa. O que ele fala da população não se interessar pela política, o grande responsável é o PT, porque institucionalizou a corrupção, e a prova está aí no resultado das eleições”, argumentou o parlamentar.

Rocha destacou ainda o papel de destaque do PSDB no pleito deste ano, ao contrário do que aconteceu com o Partido dos Trabalhadores, cujos candidatos foram rejeitados na maior parte das cidades em que a legenda concorreu ao cargo de prefeito.

“A população não reprovou o PSDB, pelo contrário. O PSDB foi o partido que mais cresceu, porque manteve o discurso da responsabilidade fiscal, manteve o equilíbrio, e isso a população reconheceu”, destacou. “O grande derrotado dessa eleição foi o PT. O que foi reprovado, na verdade, foi esse modo de governar do PT”, acrescentou o deputado.

A matéria do Estadão destaca que o petista justificou oficialmente sua ausência declarando que o voto para pessoas com mais de 70 anos, como é o caso do ex-presidente, é facultativo – contudo, a ausência de Lula seria uma forma de protesto ao cenário político vivido atualmente pelo país.

Para o deputado Rocha, Lula sequer “se deu ao trabalho” de comparecer às urnas por ter percebido que o discurso de seu partido não é mais aceito pela maioria da população brasileira.

“Na verdade, o que aconteceu foi que o Lula, a Dilma e a grande maioria da cúpula petista viram que o discurso deles não cola mais. Essa coisa do golpe, esse discurso caiu já no primeiro turno, com a derrota do PT na grande maioria dos municípios brasileiros. Eles mesmos viram que o discurso deles não cola mais, que a máscara caiu e que a população, hoje, consegue enxergar quem é o PT e o que o PT fez ao longo dos 13 anos”, concluiu o tucano.

Clique aqui para ler a matéria do Estadão.

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03/11/2016