Metas do Plano Nacional de Educação fixadas no governo Dilma fracassam em 2016
Com dois anos e meio de existência, o Plano Nacional de Educação (PNE) corre o risco de fechar 2016 marcado pelo fracasso de suas metas. De acordo com o cronograma para este ano, o PNE deveria colocar nas escolas todos os jovens de 15 a 17 anos, além criar planos de carreira para os professores da educação básica e superior, como revela reportagem publicada nesta quarta-feira (14) pelo jornal Valor Econômico.
Além das metas não cumpridas, o programa ainda sofre com sérias crises de financiamento, já que o INEP declarou que o Brasil precisaria investir R$ 225 bilhões a mais do que o previsto para atingir os objetivos do plano.
O deputado federal Pedro Cunha Lima (PSDB-PB) critica o modelo atual da educação e aponta que o país precisa investir em mudanças.
“A educação tem salvação. Há uma mania brasileira de achar que as coisas se resolvem através de projetos de lei, através de estabelecimentos das coisas por uma folha de papel. Mais do que elaboração legislativa, é preciso tomar atitude. Não adianta colocar no PNE que é preciso valorizar professor e se posicionar contrariamente a qualquer proposta que traz um investimento maior para a carreira do professor. É um modelo de debate que precisa mudar urgentemente.”
Pedro Cunha Lima ainda demonstrou preocupação com a educação brasileira, citando os últimos dados do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa), divulgados neste mês. O estudo indicou que o Brasil aumentou o gasto com estudantes nas escolas, mas não teve o investimento convertido no desempenho dos alunos, deixando a nação brasileira nas últimas posições entre os 70 países avaliados.
“O resultado do Pisa, além de recolocar a nossa posição de ocupar as últimas posições, é algo da mais extrema preocupação. O que há de mais difícil é aumentar o investimento. Nós aumentamos o investimento, e a educação não está reagindo. Então, foi uma falha na gestão, o modelo, em toda a engenharia educacional brasileira. É uma falha enraizada.”
Em entrevista ao jornal Valor Econômico, a secretária-executiva do Ministério da Educação, Maria Helena Guimarães, afirmou que o MEC não pretende deixar de cumprir o PNE, embora algumas metas sejam muito difíceis. O plano tem vigência de 2014 a 2024, e traça 20 metas para todos os níveis de ensino no Brasil, como infraestrutura escolar, qualidade de ensino, valorização da carreira de professor, entre outros temas.