Minas fecha 2016 com rombo de R$ 4,1 bilhões e estoura limite em gasto com pessoal
Brasília (DF) – Em estado de calamidade financeira desde dezembro, o governo de Minas Gerais anunciou nesta segunda-feira (30) que fechou 2016 com um rombo orçamentário de R$ 4,16 bilhões. Apesar de o resultado negativo ser menor que o de 2015, quando o déficit chegou a R$ 8,9 bolhões, os indicadores mostram que o estado continua em situação crítica. Dados apresentados pelas secretarias de estado da Fazenda e de Planejamento e Gestão mostram que Minas ultrapassou em 0,29% o limite de gastos com pessoal definido pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).
De acordo com o jornal Valor Econômico desta terça (31), o estado terminou o ano com despesa de R$ 88,13 bilhões – um aumento de 3,5% em relação a 2015. O secretário da Fazenda de Minas Gerais, José Afonso Bicalho, descreveu à publicação a situação de Minas como “complicada” e culpou a recessão no país e o aumento de gastos com pessoal “herdados de governos passados” pelos números negativos.
Para o deputado federal Domingos Sávio (PSDB-MG), a crise instalada no estado sob a gestão do governador Fernando Pimentel (PT) demonstra a “irresponsabilidade” e o “descaso” do PT, levando Minas a esse rombo no orçamento.
“O PT gasta muito e gasta mal o dinheiro público. É um governo que, além de se notabilizar por aceitar, se envolver e promover a corrupção, é hoje o campeão da incompetência. Eles gastam com a companheirada, com mordomia e com a incompetência na contratação de serviços. Por isso, estourou o limite de pessoal. A maioria das obras e programas que haviam no governo do PSDB parou quando eles assumiram. Não deram conta sequer de concluir obras, muito menos de fazer o que prometeram para o povo mineiro. Nós vivemos um pesadelo por termos sido vítima do estelionato eleitoral do PT, que fez um estrago em Minas, seguindo a mesma cartilha que a Dilma usou para fazer um estrago no Brasil”, afirmou.
Privatizações
Segundo a reportagem, Pimentel pretende negociar com o governo federal medidas para equilibrar as contas. O governador, no entanto, não quer discutir privatização nem corte de pessoal. O petista afirmou que privatizações não estão no horizonte de Minas, diferentemente do que ocorre no Rio de Janeiro, que negociou com a União a venda da companhia de água e esgoto. A redução no número de servidores é algo que Pimentel também rejeita.
Na avaliação do tucano Domingos Sávio, a privatização poderia ser uma medida importante para reverter o cenário de crise nos estados que sofrem mais com a crise econômica do país. “Deveria ser estudada pelo governo, e não descartada como disse o Pimentel. Acredito que é preciso fazer um levantamento de quais áreas estão servindo apenas para sangrar os cofres públicos com despesas sem gerar benefício para a população e nessas áreas fazer um enxugamento”, avaliou.
Nesta segunda, um estudo realizado pela agência de classificação de risco Fitch revelou que Minas, Rio e Rio Grande do Sul – três dos estados em situação econômica mais delicada em todo o país – teriam suas dívidas com instituições financeiras reduzidas pela metade caso privatizassem suas principais estatais.