Ministério da Saúde vai oferecer vagas de profissionais cubanos a brasileiros no programa Mais Médicos

O Ministério da Saúde informou nesta segunda-feira que as vagas inicialmente previstas para profissionais cubanos atuarem no programa Mais Médicos serão oferecidas a brasileiros formados no Brasil e no exterior. O responsável pela pasta, Ricardo Barros, tomou a decisão após o governo cubano suspender a vinda de 710 médicos para o país. A ação de Cuba busca conter o estreitamento de laços dos desses profissionais com o Brasil e o aumento de ações na Justiça que pedem a permanência no país. Segundo o ministro, esse cancelamento não vai prejudicar o programa. O deputado federal Raimundo Gomes de Matos (PSDB-CE) reconhece os problemas que os médicos cubanos têm enfrentado com o governo local, e acha que a substituição desses profissionais por brasileiros vai tornar o programa mais justo e econômico.
“É claro também que o governo cubano faz essa suspensão em virtude de muitos desses profissionais que chegaram ao Brasil não quererem mais retornar para o regime comunista de Cuba. O fato é que, para o Brasil, isso é positivo, porque o custo é elevado. Uma parte desses recursos, cerca de R$ 3 mil, fica para os médicos, e o restante fica para o governo cubano, para a OPAS e outras instituições. O fato é que considero positivo o governo federal começar a rever o programa Mais Médicos”, declarou.
O tucano também espera que com o passar do tempo, a atuação de brasileiros no Mais Médicos aumente. Em 2017, a meta do governo é ampliar a participação de médicos brasileiros com a oferta de pelo menos quatro mil vagas nos próximos anos. Para isso, Gomes de Matos afirma que é precisa investir intensamente na formação de profissionais.
“Precisa ter também, dentro da estrutura do SUS, a formação dos profissionais – desde agentes de saúde, endemias, até médicos, enfermeiras e auxiliares – para que possamos dar um melhor atendimento à população brasileira. E o ministro da Educação vem levando isso à frente, lado a lado com o Ministério da Saúde, chegando ao ponto que nós temos a condição de fazer, progressivamente, a substituição desses médicos cubanos.”
Apesar da decisão tomada pelo governo cubano, a parceria entre os países não deve terminar. Nas próximas semanas, representantes do Ministério da Saúde, da Organização Pan-Americana de Saúde e de Cuba vão se reunir para decidir qual estratégia será adotada a partir de agora.