Ministra ignora ‘marketing’ de Dilma ao preferir ser chamada de presidente, e não “presidenta”, diz Solange Jurema
Magistrada justificou, em tom bem humorado, que foi estudante e é “amante da língua portuguesa”
Brasília (DF) – Eleita nova presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) nesta quarta-feira (10), substituindo o atual presidente da Corte, Ricardo Lewandowski, a ministra Cármen Lúcia optou por ser chamada de ‘presidente’, ao invés de aderir à moda lançada pela mandatária afastada Dilma Rousseff, que impôs a toda a administração pública a obrigação de ser chamada de “presidenta”.
As informações são de reportagem desta quinta-feira (11) do jornal Folha de S. Paulo. Perguntada pelo ministro Lewandowski se preferia ser chamada pelo termo masculino ou feminino, a magistrada justificou, em tom bem humorado, que foi estudante e é “amante da língua portuguesa”: “Acho que o cargo é de presidente, né?”, disse.
Para a presidente nacional, e não presidenta, do PSDB-Mulher, Solange Jurema, a ministra ignorou o “marketing” de Dilma Rousseff e optou pelo bom português.
“A opção da Dilma por ser chamada de presidenta foi mais um marketing do que qualquer outra coisa porque, na verdade, quando você coloca ‘a presidente’, você já está qualificando o cargo no feminino. Isso já qualifica, já diferencia”, afirmou.
“As mulheres, durante alguns momentos, tiveram uma necessidade muito grande de se impor no público”, explicou Solange. “Então, por exemplo, a palavra ‘todos’, que é também uma palavra que generaliza, nós passamos a exigir que se usasse o ‘todos e todas’, no sentido de não nos incluir sempre no gênero masculino. Mas o ‘presidente’ é um pouco diferente, porque você pode ser ‘a presidente’ e ‘o presidente’. Depende do que antecede”, avaliou.
A presidente nacional do PSDB-Mulher destacou que a opção da ministra por ser chamada de ‘presidente’ em nenhum momento desmerece a sua atuação na luta pelos direitos das mulheres. Cármen Lúcia será a segunda mulher a assumir o posto de presidente do STF. A ex-ministra Ellen Gracie foi a primeira a comandar o Supremo, entre 2006 e 2008.
“Eu conheço a ministra Cármen. Realmente ela é uma feminista, é uma mulher que defende os direitos da mulher. Ela optar pelo bom português é um detalhe, e só. Isso não exclui a ministra, muito pelo contrário. A gente sabe que ela é uma mulher muito comprometida com todas as lutas das mulheres no nosso país”, ressaltou.
Solange Jurema acrescentou ainda que não cogitaria a alternativa de ser chamada de ‘presidenta’ do PSDB-Mulher. “Também prefiro presidente, mais pela questão do português”, completou.
Leia AQUI a íntegra da matéria do jornal Folha de S. Paulo.