Moro condena José Carlos Bumlai a nove anos de prisão por corrupção e gestão fraudulenta
O pecuarista José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foi condenado nesta quinta-feira (15) pelo juiz Sergio Moro a nove anos e dez meses de prisão pelos crimes de corrupção passiva e gestão fraudulenta de instituição financeira. Como destaca matéria publicada pelo jornal O Globo, Bumlai foi punido por ter retirado um empréstimo de R$ 12 milhões para pagar dívidas contraídas pelo PT. A operação foi quitada de maneira irregular, por meio do contrato assinado entre o Grupo Schahin e a Petrobras para operar o navio-sonda Vitoria 10000.
Na mesma sentença, Moro também condenou o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, o lobista Fernando Soares, o ex-diretor da área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró e o ex-executivo da Petrobras e da Sete Brasil Eduardo Costa Vaz Musa, que teve sua punição suspensa em razão da assinatura de um acordo de colaboração.
Na visão do senador Ataídes de Oliveira (PSDB-TO), os nomes dos condenados nesta quinta-feira revelam que Lula tinha um papel central nos crimes investigados pela Operação Lava Jato, uma vez que todos os envolvidos têm uma ligação com o ex-presidente.
“O Lula, como chefe dessa quadrilha, tem e tinha todos os seus subordinados, toda a sua corja. Todos os seus tesoureiros, o [João] Vaccari Neto, no mensalão o [Marcos] Valério, o [advogado Roberto] Teixeira, o grande amigo dele Bumlai, o próprio Marcelo Odebrecht, o Léo Pinheiro, que é grande amigo dele, e tantos outros. O Lula construiu uma grande teia maldita.Tem muito mais gente ainda para ser condenada e presa, mas o chefe da quadrilha eu espero que seja recolhido à Papuda, que é Luiz Inácio Lula da Silva”, ressaltou o tucano.
Colaboração negada
A reportagem do jornal também destaca que Sérgio Moro não aceitou a confissão feita por Bumlai como uma colaboração às investigações, classificando o relato do pecuarista como uma “confissão parcial”. Com a decisão, o juiz federal determinou que a pena do amigo de Lula deverá ser cumprida em regime fechado.
“Os fatos admitidos por José Carlos Costa Marques Bumlai já haviam sido revelados pelos colaboradores Salim Taufic Schahin e Fernando Antônio Falcão Soares. A colaboração exige informações e prova adicionais. Não houve acordo de colaboração com o MPF”, argumentou Moro em sua sentença.
Clique aqui para ler a matéria do jornal O Globo.
