MPF denuncia Lula por corrupção passiva na Zelotes
Petista é acusado de aceitar promessa para receber recursos ilegais em 2009
Brasília (DF) – Empenhado em estabelecer para si mesmo um recorde de denúncias, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi acusado novamente pelo Ministério Público Federal (MPF) do Distrito Federal sob a acusação de aceitar promessa para receber recursos ilegais em 2009, quando ainda ocupava a Presidência. Divulgada nesta segunda-feira (11), a denúncia é um desdobramento da Operação Zelotes, em que o petista já é réu desde o ano passado. As informações são do jornal Folha de S. Paulo desta terça (12).
De acordo com a Procuradoria, Lula e seu então chefe de gabinete, Gilberto Carvalho, aceitaram promessa de vantagem indevida de R$ 6 milhões para favorecer as montadoras MMC (atual HPE) e Caoa na edição da medida provisória 471. Em troca, o dinheiro serviria para arrecadação ilegal da campanha eleitoral do Partido dos Trabalhadores.
Na avaliação do deputado federal Betinho Gomes (PSDB-PE), a nova denúncia é apenas mais uma que se soma ao conjunto de ações que envolvem o petista, tornando ainda mais crítica a situação de Lula, que já é réu em seis ações criminais, quatro delas na Operação Lava Jato.
“É um procedimento natural da Justiça. Há um indício que está sendo apurado e se transformou em uma denúncia. Agora, cabe aos órgãos judiciais fazerem todo o processo legal, ouvirem a defesa, trabalharem em verificar as provas e se pronunciar”, afirmou.
Caso a Justiça acolha esta nova denúncia, o ex-presidente passará a responder a mais uma ação penal. Segundo o tucano, qualquer homem público – e não seria diferente com um ex-presidente da República – tem que responder por seus atos.
“Agora temos de esperar que a Justiça se manifeste de maneira definitiva e, ficando provada sua participação nos atos ilícitos, que seja condenado como qualquer cidadão que cometeu crimes”, completou.
Além de Lula e Carvalho, o Ministério Público acusa de corrupção ativa o advogado Mauro Marcondes, Paulo Arantes Ferraz (que era da MMC), Carlos Alberto de Oliveira Andrade (Caoa), o lobista Alexandre Paes dos Santos e seu sócio na consultoria SGR, José Ricardo da Silva.
De acordo com os procuradores, José Ricardo, Alexandre Paes e Mauro Marcondes formavam com outras pessoas uma associação criminosa para corromper agentes públicos e beneficiar as duas montadoras de veículos.
Os procuradores que assinam o documento, Frederico de Carvalho Paiva e Herbert Reis Mesquita, pedem que sejam devolvidos R$12 milhões aos cofres públicos e multa por danos morais coletivos.
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