MPF suspeita de participação do governo de Angola em esquema de corrupção em financiamentos do BNDES
Brasília (DF) – O Ministério Público Federal no Distrito Federal suspeita da participação de funcionários do governo de Angola no esquema de corrupção que envolve financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) em obras no país. Os investigadores ressaltaram a “necessidade de prosseguir apurando condutas” de algumas pessoas no caso, entre elas agentes públicos do Brasil e de Angola.
As informações são de reportagem desta segunda-feira (24) do jornal Valor Econômico. Segundo o Ministério Público, “o esclarecimento completo dessas condutas, que demanda, por exemplo, atos de cooperação internacional, deverá ser realizado no bojo de novos inquéritos policiais/procedimentos ministeriais”.
No Brasil, a investigação virou uma ação penal, a terceira a que responde o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Para o MPF, entre 2008 e 2010, enquanto era agente público, Lula teria cometido crime de corrupção passiva. Já entre 2011 e 2015, como ex-presidente, é acusado de tráfico de influência. O petista também deverá responder pelos crimes de lavagem de dinheiro e organização criminosa.
De acordo com o BNDES, entre 2007 e 2015, a Odebrecht contratou US$ 3,333 bilhões para obras em Angola. Incluídos nesse montante estão financiamentos para duas hidrelétricas, Cambambe e Laúca, que somam mais de US$ 1 bilhão. As obras estão na mira do MPF. Os procuradores suspeitam de superfaturamento.
Vale destacar ainda que, entre 2011 e 2014, a Odebrecht obteve, junto ao BNDES, 52 financiamentos, empréstimos ou aditamentos de contratos para órgãos e empresas de países da América Latina e África, em um total de US$ 7,44 bilhões.
Leia AQUI a íntegra da reportagem do jornal Valor Econômico.