MPF vê suspeita em mais de R$ 3 bilhões pagos a 874 mil beneficiários do Bolsa Família
Repasse chega a R$ 3,3 bilhões entre o início de 2013 e maio deste ano, durante o governo da petista
Brasília (DF) – Mais irregularidades foram descobertas na maior vitrine do governo da ex-presidente Dilma Rousseff, o Bolsa Família. Segundo levantamento do Ministério Público Federal (MPF), mais de 874 mil beneficiários do programa são suspeitos de receber o repasse dos recursos de forma indevida. O MPF informou ainda que o repasse a essas pessoas chega a R$ 3,3 bilhões entre o início de 2013 e maio deste ano, durante o governo da petista.
De acordo com o portal G1 deste sábado (12), o levantamento apontou grupos de beneficiários com indicativos de renda incompatíveis com o perfil de pobreza ou extrema pobreza exigido pelas normas do programa.
A reportagem cita que as bases de dados cruzados foram fornecidas pelo próprio governo federal, pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), pela Receita Federal e pelos Tribunais de Contas estaduais e municipais.
Entre as pessoas que supostamente teriam recebido repasses sem se enquadrarem nas normas do Bolsa Família estão empresários, mortos, servidores públicos com famílias de até quatro pessoas, doadores de campanha e servidores doadores de campanha (independentemente do número de pessoas na família).
O Ministério Público analisou todos os valores pagos pelo Bolsa Família no período de 2013 a maio de 2016. Nesse período, o governo federal pagou, aos 21,4 milhões de beneficiários, R$ 86,1 bilhões.
Ao analisar os dados, o MPF encontrou indícios de irregularidades nos repasses a 874.115 beneficiários, o que representa 4,07% do total. Essas pessoas receberam, em pouco mais de três anos, repasses que somados chegam a R$ 3,31 bilhões – ou 3,84% do total repassado pelo governo.
No período de julho a setembro deste ano, o MPF enviou recomendações a 4.703 prefeituras com prazo de 60 a 120 dias para que os gestores municipais informassem o número de irregularidades confirmadas e de benefícios cancelados. As respostas às recomendações ainda estão sendo recebidas e processadas pelo órgão.