Mudanças na economia atraem mais investidores estrangeiros para o Brasil
O investidor estrangeiro está fazendo a diferença na economia nacional. Um levantamento da Sociedade Brasileira de Estudos e Empresas Transnacionais e Globalização, feito para o jornal Folha de S. Paulo, mostra que a fatia de participação estrangeira em investimentos no Brasil atingiu 18,6% no primeiro trimestre de 2017. A porcentagem é o maior nível alcançado para o período desde 2002. Entre os fatores que explicam o interesse no país está a atração pelo câmbio favorável, a potência do mercado interno, a visão de longo prazo do investidor e sua distância em relação a problemas locais. O economista e deputado federal Giuseppe Vecci (PSDB-GO) corrobora com esses fatores, e acrescenta que o atual cenário econômico também estimula o crescimento desse índice.
“O Brasil tem um mercado de 200 milhões de pessoas, classe grande e ascendente e, certamente, sabem que os grandes investidores sabem que a Europa e outros locais consolidados não trazem uma taxa de retorno tão grandiosa. E também, você não pode deixar de creditar os sinais de recuperação da nossa economia. São ainda pequenos, mas certamente alentadores.”
Outros pontos a favor dos estrangeiros apontados pela instituição são as poucas restrições para crédito bancário e o tipo de projeto no qual investem. Enquanto investidores brasileiros têm partido para novos projetos, os quem vem de fora se concentram em projetos de expansão. Cerca de 60% dos recursos estrangeiros vindos para o Brasil desde 2015 foram para investimentos desse tipo. A atratividade para negócios, no entanto, encontra barreiras na burocracia. Vecci, que é integrante da Comissão Mista de Desburocratização no Congresso Nacional, alerta que o setor público precisa reduzir as dificuldades para quem deseja investir e se instalar no Brasil.
“Na verdade, a burocracia não atrapalha só o investimento estrangeiro. Atrapalha também o investimento nacional, a economia. É uma dificuldade tremenda. Você tem que ter um aparato para suprir a demanda criada pelos órgãos de controle brasileiros.”
Entre 2015 e 2016, o Brasil subiu da oitava para a sétima posição no ranking de economias que mais receberam investimento externo. No ano passado, o país recebeu 3,4% do investimento estrangeiro global.
