Na cúpula do G-20, Temer promete agenda de reformas estruturais e um ajuste fiscal “amplo e sustentável”

Presidente disse que vai estimular investimentos em infraestrutura, com concessões de estradas, portos e aeroportos

Imprensa - 05/09/2016

BB_Temer_China_Xi_Jinping_Beto_Barata_02092016-4Brasília (DF) – Em encontro da cúpula do G-20, países que representam as 20 maiores economias do globo, o presidente Michel Temer afirmou que pretende promover no Brasil um “ajuste fiscal amplo e sustentável”, colocando em prática uma “ambiciosa agenda de reformas estruturais”. Aos líderes dos Brics – grupo de países formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul –, Temer disse que vai estimular investimentos em infraestrutura, com concessões de estradas, portos, aeroportos, ferrovias e sistemas de geração e transmissão de energia.

“No Brasil, o caminho do crescimento está sendo reconstruído. Estamos promovendo um ajuste fiscal amplo e sustentável. Juntamente com o Congresso Nacional, instituiremos um teto constitucional para o crescimento das despesas governamentais. O crescimento real zero do gasto público levará à redução da dívida do Estado”, declarou Temer. “Uma ambiciosa agenda de reformas estruturais também está em curso para elevar a produtividade da economia e gerar ambiente de negócios mais favorável”, acrescentou o presidente.

O peemedebista destacou também a importância do aprimoramento do sistema multilateral de comércio e do fortalecimento da Organização Mundial do Comércio (OMC). Ele defendeu ainda reformas no Fundo Monetário Internacional (FMI) e no Banco Mundial. As informações são de reportagem publicada neste domingo (4) pelo portal G1.

Para o senador Dalírio Beber (PSDB-SC), além do urgente ajuste fiscal, o governo Temer deve dar atenção especial à reforma da Previdência.

“Com certeza, o ajuste fiscal se faz extremamente necessário. A reforma da Previdência também, uma vez que no ano passado tivemos R$ 85 bilhões de déficit na Previdência, esse ano deve caminhar próximo dos R$ 150 bilhões, e se não for feito nada, já no final do ano que vem caminharemos para os R$ 200 bilhões de déficit na Previdência. Temos forçosamente que fazer essa reforma porque não é uma questão biológica, não é uma questão política: é uma questão matemática. A situação tem que ser corrigida para permitir que se dê aos atuais aposentados e aos futuros aposentados a segurança de que vão receber o benefício que for auferido por cada um deles”, considerou.

O tucano lamentou que após o país ter vencido grandes desafios econômicos na década de 1990, com a implantação do Plano Real, os governos petistas de Lula e Dilma tenham optado por ignorar os sinais de uma crise anunciada, mergulhando o país na recessão e em uma crise política, moral e social sem precedentes.

“Foi o início de uma ação de governo no sentido de colocar o Brasil nos eixos, a começar por dobrar o dragão da inflação que chegou a mais 80% em um único mês. Eram poucos os meses em que a inflação ficava abaixo dos 20% ao mês. O trabalhador brasileiro sabia que o salário dele valia R$ 1000,00 no primeiro dia do mês, e que no final do mês o mesmo salário podia chegar a valer apenas R$ 50,00. Ou seja, a corrida aos supermercados, às compras, para poder se assegurar de que o salário continuaria sendo capaz de sustentar a família, era algo que toda a população brasileira vivia”, lembrou o parlamentar.

Concessões na infraestrutura

Dalírio Beber ressaltou que durante os mandatos de Fernando Henrique Cardoso, o PSDB também promoveu a abertura do país para a possibilidade das privatizações e concessões, chamando a iniciativa privada para participar no desenvolvimento do país. Só que, durante a era petista, o processo ficou estagnado, e deverá ser recuperado pela gestão Temer.

“Aí nós tivemos, só para citar um exemplo, a questão das telecomunicações, permitindo que tivéssemos acesso a telefonia. Lá atrás, ter uma linha fixa fazia parte do patrimônio individual do brasileiro. Lamentavelmente, a partir de 2003, o governo que se estabeleceu no Brasil, sob o comando do PT, tinha um preconceito contra a iniciativa privada. Somente agora, nos últimos anos dessa sequência de governos do PT, é que o partido reconheceu que o governo federal era incapaz de poder responder na dimensão necessária às questões da infraestrutura rodoviária, ferroviária, aeroportuária, bem como em outros setores”, salientou.

O senador constatou que caberá agora ao governo de Michel Temer garantir a segurança jurídica adequada à iniciativa privada, para que possam ser realizados investimentos em rodovias, ferrovias, portos e aeroportos.

“O PSDB já vinha prevendo isso em 2014. Lamentavelmente, o discurso que o PT à época fazia era de que nós colocaríamos em risco a estabilidade da nação. Hoje, toda a nação sabe que mentiram e que o caos profundo em que nos encontramos foi consequência da irresponsabilidade e dos desacertos do governo do PT ao longo desses últimos 13 anos”, completou Beber.

Leia AQUI a íntegra da reportagem do portal G1.

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05/09/2016