“Na prática, Lula já cometeu crime eleitoral”, diz Izalci sobre pré-candidatura de petista

Apesar de o Partido dos Trabalhadores ter desistido do anúncio oficial da pré-candidatura do ex-presidente Lula para disputar o Palácio do Planalto em 2018, o partido traçou a estratégia de priorizar grandes agendas públicas para o petista. A próxima cerimônia na qual o ex-presidente deve aparecer será a de entrega da Medalha da Inconfidência, em Ouro Preto (MG), onde deve ser o principal orador, a convite do governador Fernando Pimentel – também petista. Para o deputado federal Izalci Lucas (PSDB-DF), a ideia mostra que, na prática, o partido já deflagrou sua candidatura, cometendo crime eleitoral.
“Na prática ele já cometeu crime eleitoral, porque a forma como ele fez e como conduziu o processo deixou muito claro a campanha antecipada, um crime eleitoral previsto em lei. E o que eles estão tramando é exatamente isso, colocar o Lula em exposição, utilizar a população carente como massa de manobra para que possam defendê-lo em um processo criminal no qual já foi até convocado pelo Sérgio Moro”, afirmou.
A mudança de estratégia do PT se deve ao alerta feito por advogados da legenda sobre a possibilidade de a Justiça Eleitoral impedir que Lula dispute a Presidência da República em 2018. Réu em cinco processos na Lava Jato, Lula pode ser enquadrado na Lei da Ficha Limpa caso seja condenado em primeira e segunda instâncias até o início do pleito. Além disso, o ex-presidente foi denunciado pelo deputado federal Rocha (PSDB-AC) por propaganda eleitoral antecipada em evento ocorrido neste mês. Para Izalci, esses e outros fatos comprovam que Lula não tem condições de disputar as eleições do ano que vem.
“Nem candidato eu o considero, porque, de fato, ele ficará inelegível sendo condenado, e eu não tenho nenhuma dúvida disso. Isso aí faz parte da estratégia de desmoralizar a Justiça, as leis do país, dizendo que ele está acima das leis quando não está. Ele é um cidadão comum, e hoje sequer tem foro privilegiado. Então tem que ir ao Moro prestar contas, e se ficar caracterizado como crime – e eu não tenho dúvida de que há provas suficientes para prendê-lo – ele não será candidato.”
A denúncia de Rocha se deu em função de um comício realizado pelo ex-presidente na Paraíba, para promover uma suposta inauguração popular das obras de transposição do Rio São Francisco. Segundo o tucano, o evento foi definido como “Comício para o pleito de 2018”, e contou com a presença maciça de políticos e uma grande estrutura.