Delação de Palocci serve de alerta para iminência de retrocesso com PT no poder, diz Rocha

Notícias - 02/10/2018

O juiz Sérgio Moro retirou nessa segunda-feira (1º) o sigilo de parte do acordo de delação premiada do ex-ministro dos governos Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, Antonio Palocci. Entre diversas declarações, o petista detalhou o suposto loteamento de cargos na Petrobras com o fim de captação de recursos para campanhas do PT. As informações são do portal G1 desta terça (2).

Segundo a delação, Lula teria indicado o ex-diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa para a Petrobras com o objetivo de “garantir ilicitudes” na estatal. “Isso também visava garantir espaço para ilicitudes, como atos de corrupção, pois atendia tanto a interesses empresariais quanto partidários. Houve grandes operações de investimentos e, simultaneamente, operações ilícitas de abastecimento financeiro dos partidos políticos”, diz o documento.

Outro trecho da delação afirma que Lula teria usado o pré-sal para conseguir dinheiro para campanhas do PT. Segundo Palocci, em uma reunião em 2010, o ex-presidente “foi expresso ao solicitar do então presidente da Petrobras que encomendasse a construção de 40 sondas para garantir o futuro político do país e do PT com a eleição de Dilma, produzindo-se os navios para exploração do pré-sal e recursos para a campanha que se aproximava”.

O deputado federal Wherles Rocha (PSDB-AC) afirmou que as declarações presentes na delação de Palocci apenas confirmam o que a população brasileira já sabe: que a corrupção está no DNA do PT e que o ex-presidente Lula foi o mentor e idealizou todo o esquema criminoso que saqueou o Brasil.

“Todo mundo já sabia do esquema que foi montado por Lula e que envolvia as estatais e a alta cúpula do governo. Não adianta agora o PT e alguns de seus aliados negarem. O fato é que a Petrobras foi sucateada nesse período e não tem como negar que hoje eles querem botar a responsabilidade só no Palocci, mas ele era apenas um membro dessa engrenagem, que tinha como peça principal o ex-presidente Lula. E tudo para manutenção de um projeto de poder”, criticou.

Dilma

A delação aponta ainda que as duas campanhas de Dilma para a Presidência (2010 e 2014) custaram R$ 1,4 bilhão. O valor é quase R$ 900 milhões a mais do que o declarado à Justiça Eleitoral (R$ 503 milhões) pelo PT. Na delação, Palocci diz que empresários contribuíam esperando benefícios em troca. “Ninguém dá dinheiro para campanha esperando relações triviais com o governo”.

Em outro trecho do documento, o ex-ministro relata que pelo menos 90% das medidas provisórias editadas nos quatro governos do PT envolveram propinas. Segundo ele, era “corriqueira” a prática de venda de emendas legislativas, “particularmente na venda de emendas parlamentares para medidas provisórias vindas dos governos”.

Na avaliação do tucano, os fatos são “gravíssimos” e servem de alerta para que, a menos de uma semana das eleições, os eleitores se atentem para o risco de retrocesso com um possível governo petista.

“Chama atenção nesse momento porque nós temos um risco de retrocesso muito grande e o eleitor tem que estar ciente. Caso esse retrocesso aconteça, a conta vai ser de todos nós. É a comprovação do que já sabíamos, mas nesse momento serve de alerta porque nós estamos na iminência de ter de volta essa quadrilha que saqueou o país”, completou.

Reportagem Clarissa Lemgruber

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02/10/2018