No Pará, economia solidária gera oportunidades para agricultores, artesãos e comerciantes

Imprensa - 13/09/2016

76814_237336Aquecer a economia local a partir de princípios de autogestão como cooperação, democracia e sustentabilidade são características da economia solidária, modelo econômico no qual o Pará é destaque na região norte do País com empreendimentos artesanais, alimentícios e turísticos. O secretário adjunto da Secretaria de Estado de Assistência Social, Trabalho, Emprego e Renda (Seaster), Everton Costa, explica que o modelo é o ideal para incentivar o empreendedorismo entre produtores sem capacidade de produção em larga escala, como pequenos agricultores, artesãos e comerciantes.

‘’O Governo do Estado vê a economia solidária como forma de proporcionar uma atividade digna, organizada e capacitada para a população que faz uso dela. No Pará há cerca de três mil empreendimentos solidários registrados, quase a metade de toda a região Norte’’, diz o secretário adjunto, lembrando que o Estado é o único da região que cumpre todas as etapas do programa nacional, com assessoramento completo dos empreendimentos reconhecidos.

As universidades também têm papel fundamental no desenvolvimento das comunidades que usam a economia solidária. O diretor da Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade Federal do Pará (UFPA) e coordenador da Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares e Empreendimentos Solidários (Pitcpes), Armando Lírio, explica que o Programa Nacional de Economia Solidária e Desenvolvimento Sustentável (Unitrabalho), do qual a UFPA faz parte, foi criado a partir da necessidade de construir novas relações de trabalho, que promovam o desenvolvimento sustentável do negócio e a autonomia dos trabalhadores com empreendimentos econômicos solidários.

Segundo o professor, no Pará a agricultura familiar se destaca, pois há o trabalho conjunto entre as esferas municipal, estadual e federal, no qual a Seaster é importante aliada na condução dos resultados. ‘’Auxiliamos a estruturação de cadeias como fruticultura e apicultura e o uso de materiais recicláveis, promovendo o desenvolvimento sustentável. É um trabalho conjunto. A economia solidária não é apenas um modelo econômico, mas também humanizado para dignificar’’.

A sala de casa é o atelier da artesã Elma Ramos, que faz, manualmente, blusas, canetas, toalhas, chaveiros e bijuterias. Ela começou quando percebeu que a economia solidária poderia trazer benefícios para o local onde mora, no Residencial Tocantins, bairro Parque Guajará. ‘’As mulheres da comunidade se uniram com o apoio da Congressão das Irmãs Filhas do Amor Divino, para que, usando a economia solidária, pudessem ter um ofício digno que contribuísse para o sustento da família’’, explica.

Além do que produz em casa, Elma e outras 15 artesãs usam um espaço cedido pela Congressão. Segundo ela, os produtos são consumidos pelos próprios moradores da área, com encomendas esporádicas de pessoas de outros bairros. ‘’Os grupos de artesãos estão se transformando em redes para fortificar a relação que temos com a produção. A situação melhorou consideravelmente nos últimos dez anos por conta das políticas do assunto. A economia solidária não é apenas comércio, mas resgate de um modelo justo de negócios’’, conclui.

*Do portal do governo do Pará

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13/09/2016