Novo recurso de Dilma contra impeachment é tentativa de “se livrar da culpa”, diz tucano
A defesa da presidente cassada Dilma Rousseff entrou com nova ação no Supremo Tribunal Federal questionando o processo de impeachment e pedindo a anulação da decisão do Congresso Nacional, além da imediata reintegração da petista ao mandato presidencial. No mandado de segurança, a defesa afirma que as pedaladas fiscais e a edição de decretos de crédito suplementar em desacordo com a lei não configuram crime de responsabilidade. O documento diz ainda que Michel Temer teria comandado uma negociação que levou à condenação da petista. O secretário-geral do PSDB, deputado federal Sílvio Torres (SP), critica a estratégia de Dilma e aliados. Segundo o tucano, a defesa quer livrar a petista da culpa e prejudicar a imagem do novo governo.
“Estão sempre tentando se livrar das culpas, que são muito maiores inclusive do que da própria improbidade. Ela está tentando insistir em uma narrativa de que foi um golpe, carimbando Michel Temer de golpista, usurpador. Com isso, também querem deixar registrado, de alguma forma, que ela foi afastada não pelos crimes que cometeu, mas por uma posição política”, declarou o tucano.
Sílvio Torres acredita que a nova ação não deve prosperar na Corte Suprema. Ele lembra que o Tribunal de Contas da União deve condenar as contas da ex-presidente novamente, dessa vez referentes ao ano de 2015. Pelo menos 15 irregularidades teriam sido identificadas no último ano. São provas que, para o deputado, confirmam a ação continuada dos crimes de responsabilidade que deixaram o país em crise.
“Em todo processo ficou muito claro que ela tinha cometido os crimes em 2014 e que se agravaram em 2015. E as consequências disso foram muito além do descumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal. Levaram o Brasil para uma situação de desorganização total na economia, para uma crise que ainda abala o país”, afirmou.
No início do mês, a defesa contestou a decisão do Congresso, e pediu que o STF anulasse o processo e realizasse uma nova votação. O relator do caso, ministro Teori Zavascki, negou o pedido da defesa uma semana depois.