Número de venezuelanos que pedem refúgio em Roraima cresce 110% em sete meses

Imprensa - 12/07/2016

AgenciaBrasil310712_VAC0349Brasília (DF) – Ao menos 493 venezuelanos procuraram a Polícia Federal em Roraima, que faz fronteira com o país governado por Nicolás Maduro, nos primeiros sete meses deste ano para pedir refúgio. O número é 110% maior do que os 293 pedidos registrados ao longo de todo o ano de 2015. A crise econômica e de abastecimento é o principal motivo apontado pelos imigrantes para a crescente procura. As informações são de reportagem publicada nesta terça (12) pelo portal G1.

Segundo o delegado da PF Alan Robson, os venezuelanos que buscam a polícia querem se legalizar no Brasil. A modalidade de refúgio é destinada a estrangeiros que não podem mais viver no país natal, por motivos de perseguição política, religiosa ou ideológica. O número de imigrantes venezuelanos é tão grande que a PF foi obrigada a reforçar o efetivo policial na fronteira, na cidade de Pacaraima.

“O número de pedidos de refúgios de venezuelanos supera o de todos outros estrangeiros”, afirmou. “No caso dos pedidos de refúgio, a PF recebe os dados e envia as solicitações para Brasília, onde eles são julgados. Nesse ínterim, os estrangeiros podem permanecer no país enquanto esperam a decisão”, explicou.

O que também tem aumentado consideravelmente é o número de venezuelanos em situação ilegal no país. Só nos últimos 12 meses, mais de 300 venezuelanos foram deportados de Roraima. Em uma dessas ações, cerca de 60 pessoas foram mandadas de volta ao país vizinho. Parte delas vivia de esmolas conseguidas nas ruas e semáforos de Boa Vista.

“Não temos o número exato de venezuelanos que estão de forma ilegal no estado, mas exercemos um contínuo trabalho com dados, inteligência, denúncias de populares e contato com autoridades de outros países para acompanhar esse fluxo migratório”, destacou o delegado à reportagem.

Entrevistado pelo G1, um jovem venezuelano que não quis ter seu nome divulgado contou que chegou a Roraima em março deste ano, e buscou a PF para oficializar seu pedido de refúgio. Antes de decidir vir ao Brasil, ele trabalhava e estudava Ciência Política na Venezuela. A crise no governo do presidente Nicolás Maduro, no entanto, corroeu o poder de compra do salário mínimo que o jovem recebia.

“Trabalhava para ganhar um salário mínimo na Venezuela. Lá, um salário equivale a R$ 70, o que hoje em dia só dá para comprar 1kg de carne, 1kg de queijo, 1kg de presunto e 1 litro de óleo. É muito pouco”, considerou. Já no Brasil, o jovem conseguiu emprego de garçom em um restaurante, que lhe paga R$ 800. Parte do dinheiro vai para sua família, que continua vivendo na Venezuela.

Leia AQUI a íntegra da reportagem publicada pelo portal G1.

Temas relacionados:

X
12/07/2016