Obras para contenção da lama em Mariana estão atrasadas

Imprensa - 25/10/2016

Resplendor (MG) - Imagem aérea mostra a a lama no Rio Doce, na cidade Resplendor ( Fred Loureiro/ Secom ES)

Após quase um ano da tragédia de Mariana, em Minas Gerais, o município está com atrasos na construção de obras para contenção de rejeitos da Samarco e também no repasse de recursos para investimentos em saneamento básico. A constatação é de um balanço feito pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis, o Ibama, apresentado nesta terça-feira, em Belo Horizonte. Para o deputado federal Domingos Sávio (PSDB-MG), o governo do estado, chefiado pelo petista Fernando Pimentel, é omisso em relação às vítimas e consequências do desastre ambiental.

“Infelizmente, a gente não viu uma atitude por parte do governo do Estado para minimizar os efeitos no fluxo de caixas dos municípios para criar alguma política de compensação – que ajudasse o município a superar essa tragédia que não ficou restrita ao acidente ambiental e às vítimas atingidas diretamente. Então, é mais uma vez um governo omisso, quando a gente tem um governador que tem que passar a maior parte do tempo dando explicação para a Polícia Federal, tentando explicar o inexplicável do seu envolvimento comprovado com corrupção, e não governa Minas Gerais”, declarou.

Por conta das chuvas, uma nova onda de lama pode atingir o Rio Doce voltando a causar danos ambientais e prejudicar ainda mais o abastecimento de água de cerca de 40 municípios da bacia. Domingos Sávio também relembrou o sofrimento da população vítima da tragédia.

“Na ocasião, nós vimos que demorou muito tempo para que Secretário do Meio Ambiente se dispusesse a pelo menos visitar o local. Nós tivemos problemas sérios por parte daqueles que foram atingidos e, infelizmente, passa aquele momento da consternação. Sofrimento que afetou toda a nação e alguns vão se esquecendo, mas a vítima não se esquece”, disse Sávio.

De acordo com o Ibama, há hoje 43,5 milhões de metros cúbicos de metros cúbicos de lama entre as barragens de Fundão e Candonga. A barragem se rompeu no dia 5 de novembro do ano passado, destruindo o distrito de Bento Rodrigues, em Mariana, e atingindo várias outras localidades. Os rejeitos também atingiram mais de 40 cidades do Leste de Minas Gerais e do Espírito Santo. Considerado o maior desastre ambiental e sem precedentes no Brasil, a tragédia ainda deixou 19 mortos.

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25/10/2016