Operação da PF prende ex-presidente da Eletronuclear e afasta atual diretor
A ação dos policiais é um desdobramento do chamado esquema de corrupção do “eletrolão” e da Lava Jato
Imprensa - 06/07/2016
Envolvido em mais um esquema de corrupção promovido durante a gestão do PT no comando do país, o almirante Othon Luiz Pinheiro da Silva, ex-presidente da subsidiária Eletronuclear durante o período de 2005 a 2015, foi o principal alvo da Operação Pripyat, da Polícia Federal (PF), deflagrada nesta quarta-feira (6). A ação dos policiais é um desdobramento do chamado esquema de corrupção do “eletrolão” – desvios em empresas do setor elétrico – e da Operação Lava Jato.

Segundo a PF, as investigações apontam que um clube de empreiteiras atuava para desviar recursos da Eletronuclear, principalmente os destinados às obras da usina de Angra 3. Silva foi acusado de receber R$ 4,5 milhões em propina.
De acordo com matéria publicada hoje (6) pelo jornal Folha de S. Paulo, o ex-presidente da estatal foi detido e já cumpria prisão domiciliar. O atual presidente da Eletronuclear, Pedro Diniz Figueiredo, também foi afastado do cargo.
Além dos dois citados, a operação alcançou funcionários e ex-funcionários da estatal, e também operadores financeiros acusados de viabilizar o pagamento de propina a dirigentes da Eletronuclear. A força-tarefa está atuando nos estados do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Sul.
O deputado federal Geraldo Resende (PSDB-MS) afirmou que episódios como esse revelam o aparelhamento das estatais feito pelo governo do PT e ressaltou a importância da prevenção para que situações como essa não voltem a acontecer no futuro. “É preciso evitar o uso político das estatais. A indicação de pessoas sem qualquer qualificação levou à essa desordem que vemos hoje nas empresas do Estado. O aparelhamento das estatais teve o único objetivo de arrumar caixa para o Partido dos Trabalhadores. Devastou o patrimônio público, e agora estamos tentando recuperar”, disse.

O tucano lembrou que a Lei de Responsabilidade das Estatais, idealizada pelo PSDB, pode ser considerada uma das principais medidas para combater o uso inapropriado das empresas públicas. “É preciso frear isso com urgência e a nova legislação [referindo-se a Lei de Responsabilidade das Estatais] vai contribuir para o fim desse tipo de corrupção. O PSDB está dando contribuições valiosas a respeito dessas novas regras e defende a transparência como principal instrumento contra essas irregularidades”, concluiu.
O “eletrolão” investiga irregularidades na Eletrobras. A investigação do esquema chegou a ficar sob o juiz Sergio Moro, em Curitiba, mas foi transferido para o Rio por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF).