“Os impulsos para uma nova onda de renovação”, por José Aníbal

Notícias - 05/07/2017

Artigo publicado no jornal O Globo em 05/07/17 

Em meio às consequências da mais grave recessão da história e das investigações criminais em série transformadas em capítulos de um enredo sem fim, a sociedade vive um inegável fastio e anseia pela construção de um caminho plausível e consistente para o progresso do Brasil, seja pelo ponto de vista econômico, visando a retomada do crescimento do PIB e da criação do emprego, seja pela perspectiva de aperfeiçoar a representatividade do sistema político e de recuperar a moralidade no trato com a coisa pública.

Para que o Brasil possa sair desta crise, há quem considere imprescindível a formulação de um amplo plano de recuperação da economia que contemple a reforma do Estado e o estímulo ao aumento da produtividade, da geração de emprego e do crescimento da renda. Outros colocam como prioridade zero o combate à corrupção, o expurgo de relações indevidas entre o público e o privado, o litígio judicial como instrumento de transformação – em alguns casos, passando por cima das próprias leis e garantias constitucionais que devem servir de base a tais investigações.

Como tenho insistido em minhas reflexões sobre a conjuntura do país, trata-se de um falso dilema. A resposta para as mazelas nacionais não virá da escolha por uma ou outra prioridade, e sim da construção de uma solução que dê conta de ambos os desafios de forma imbricada e simultânea. O ambiente propício para tanto não está no âmbito econômico nem na esfera jurídica: trata-se de uma missão por excelência da política. Só a política pode encontrar o caminho para, sem prejuízo da urgente e necessária retomada do crescimento econômico por meio da reforma do Estado, refundar as bases morais das atividades do governo e do Legislativo dentro dos preceitos do estado democrático.
A sociedade já se manifestou nesse sentido há menos de um ano, e é o que precisamos consolidar e ampliar como perspectiva para o próximo ano. Nas eleições municipais de 2016, a onda azul que elegeu mais de 800 prefeitos tucanos foi a expressão não de um anseio por salvadores da pátria ou promessas populistas e demagógicas, mas sim pela perspectiva de mudanças consistentes, feitas com os pés no chão, passo a passo, sem esconder as dificuldades intrínsecas à administração pública. Não se obtém resultado expressivo como esse sem que as campanhas tenham respaldo na combinação de governos de eficiência reconhecida e propostas de políticas públicas eficazes, sem malabarismos nem pirotecnias.

Clique aqui para ler a íntegra do artigo no jornal O Globo.

 

 

 

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05/07/2017