Para cobrir rombo deixado pelo PT, Correios vão lançar 3º PDV do ano

Brasília (DF) – Com o objetivo de reduzir custos e tentar evitar o terceiro ano consecutivo de prejuízos, os Correios vão lançar nos próximos dias o terceiro Plano de Demissão Voluntária (PDV) deste ano. Após ter desligado 6,2 mil empregados nas duas primeiras edições do programa, a empresa agora vai eliminar a exigência de idade mínima de 55 anos, abrindo a adesão a todos os empregados com ao menos 15 anos de casa. As informações são do portal G1 desta terça-feira (5).
Hoje com 108 mil empregados, a estatal pretende atingir nesta nova etapa do programa cinco mil funcionários. A empresa registrou prejuízo anual de R$ 2 bilhões em 2015 e 2016.
Na avaliação do deputado federal Betinho Gomes (PSDB-PE), o desmonte promovido pelos governos do PT na economia brasileira teve um impacto especialmente negativo sobre as estatais, que hoje acumulam rombos bilionários em razão da má gestão que permeou suas práticas ao longo de 13 anos.
“O PT afundou o Brasil e suas estatais. Todas as empresas públicas estão deficitárias, com situação de debilidade, algumas em processo de recuperação. Essa recuperação precisa ser feita a partir de um esforço, como esse PDV que os Correios estão realizando”, afirmou.
Uma das principais causas do prejuízo na estatal hoje é o Postal Saúde, plano de assistência médica dos empregados, que cobre também os dependentes dos funcionários. Pelo menos R$ 1,6 bilhão do prejuízo levantado pelos Correios foi causado pelo plano de saúde.
Modernização
O jornal afirma que o governo federal já pensa em um novo modelo de gestão para os Correios, inclusive com a abertura de capital. O tucano ressaltou a importância de uma modernização na estatal diante da disseminação das novas tecnologias de comunicação.
“Acho que é preciso discutir a necessidade de o governo manter essa estrutura dos Correios. A população está se comunicando por outros meios, através de internet, e-mail, telefone, telecomunicações, o que facilitou muito o acesso. Os Correios precisam se modernizar para oferecer novos produtos. Precisamos debater a possibilidade até de privatizar a empresa para que a gente não precise ficar com uma estatal que não tem condições de atender as necessidades da população e ainda causando prejuízos aos cofres públicos”, completou.
O presidente dos Correios, Guilherme Campos, declarou que a empresa precisa passar por ajustes importantes antes de ser levada a potenciais investidores. Parte do processo envolve a busca de opções para enfrentar uma potencial queda das receitas diante de mudanças que tornaram anacrônico o monopólio estatal na entrega de correspondências.
Ainda segundo ele, os Correios devem enfrentar um processo parecido com o de empresas postais em países como a Alemanha, que passaram a prestar uma variedade maior de serviços públicos. “O modelo brasileiro de Correios está pelo menos dez anos atrasado em relação ao cenário internacional”, disse.