Para enfrentar crise, estatais cortam mais de 22 mil cargos

Na tentativa de minimizar os prejuízos da crise provocada pelos governos do PT, as empresas estatais reduziram o quadro de pessoal em mais de 25 mil cargos – com 22 mil cortes somente entre 2015 e 2016, segundo o Ministério do Planejamento. Na apresentação do Boletim das Empresas Estatais, nesta terça-feira (4), o ministro da pasta, Dyogo Oliveira, disse que várias outras empresas públicas já foram autorizadas a fazer programas de desligamentos voluntários. Para o deputado federal Nilson Pinto (PSDB-PA), os cortes são um mal necessário. Ele lembra que o aparelhamento político e os esquemas de corrupção do PT levaram a essa situação.
“Antes de chorar a situação de descalabro que havia nas estatais, inchadas de pessoal desnecessário, é importante saber que o saneamento dessas empresas é fundamental para o Brasil. Os brasileiros que sustentam essas empresas têm o direito de exigir que elas trabalhem com competência e austeridade. É sempre ruim verificar perda de empregos em tempo de crise. Mas pior ainda é saber que o governo passado inchou as empresas estatais, gastou dinheiro além da conta e quebrou o país”, afirmou o tucano.
A soma de todos os funcionários das estatais brasileiras passou 552 mil para 530 mil em apenas um ano, e deve continuar caindo. Dyogo Oliveira adiantou que a Eletrobras será a próxima estatal a iniciar um programa de desligamento voluntário, e mais de 2,6 mil funcionários devem ser afastados por essa via. O governo garante que essa redução não vai prejudicar o funcionamento das empresas. Para Nilson Pinto, os esforços do Palácio do Planalto para segurar as contas das empresas demonstram responsabilidade com o dinheiro público.
“Estatais são empresas importantes, têm uma finalidade social, mas são empresas que precisam ser regidas pela lógica da austeridade, da eficiência. Elas não podem ser perdulárias, jogar dinheiro fora. Elas são sustentadas, em boa parte, por dinheiro público coletado do contribuinte que, a duras penas, paga seus impostos.”
Sancionada pelo presidente Michel Temer no ano passado, a Lei de Responsabilidade das Estatais, de autoria do PSDB, é apontada por Nilson Pinto como outro dispositivo que vai coibir irregularidades nas estatais e evitar que novas demissões aconteçam. A legislação estabelece regras mais rígidas para a nomeação de diretores e conselheiros de estatais.