Para Hauly, ainda é “muito cedo” para avaliar reflexos da política protecionista de Trump na economia brasileira

Imprensa - 24/01/2017

29688544222_7afbe8ea84_k (1) luiz carlos haulyApenas quatro dias após a posse de Donald Trump, a nova condução da política econômica norte-americana já começa a impactar as relações comerciais do resto do mundo. A orientação protecionista da gestão da Casa Branca acarretou na saída dos Estados Unidos do Tratado de Associação Transpacífico (TPP, na sigla em inglês), medida que pode ser benéfica para o Brasil, de acordo com avaliação do governo federal, segundo reportagens publicadas nesta terça-feira (24). O deputado federal Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR), no entanto, acredita que ainda não existem elementos para determinar com precisão os reflexos do governo Trump na economia nacional.

“A princípio, o que o Trump está fazendo é para os americanos, não é para nenhum país da América nem do mundo. Ao cortar a Transpacífico, ele está querendo gerar emprego nos Estados Unidos, ele não está interessado em gerar emprego no Brasil nem em outro pais, essa é a primeira constatação. Acho que é uma política para dentro dos Estados Unidos, então é muito cedo para avaliar se vai ter benefícios para o Brasil ou não”, argumentou o parlamentar.

De acordo com matéria publicada pelo jornal O Globo, a saída dos Estados Unidos do TPP pode preservar a competitividade das exportações do Brasil para os outros países que ainda fazem parte do acordo, como Japão, Austrália e México. Se os Estados Unidos continuassem a fazer parte do grupo, suas exportações para essas nações deixariam de ser tributadas, o que tornaria os produtos concorrentes exportados pelo Brasil mais caros e menos competitivos.

Na avaliação de Hauly, a posição adotada por Trump nesse caso pode, de fato, ser positiva para o Brasil. Apesar disso, o tucano não acredita que, de maneira geral, a postura do presidente norte-americano até o momento beneficie a economia brasileira. “Não tenho nenhum entusiasmo com as medidas dele até agora, embora concorde que o fim do acordo Transpacífico é bom de uma forma geral para todos, porque é um concorrente a menos, nós não perdemos o que nós já temos”, disse.

Mercosul

A matéria do jornal O Globo ainda ressalta que o viés protecionista de Trump pode levar a União Europeia a voltar seu foco para as negociações com o Mercosul. Para Hauly, independentemente da postura norte-americana ou da posição do Mercosul em relação à Europa, é fundamental que o Brasil estreite seus laços com as principais economias do mundo, algo que já foi deixado de lado durante os 13 anos de administrações petistas no governo federal.

“Nós temos que aumentar as nossas relações internacionais. Nós fomos muito prejudicados no período Lula e Dilma [na relação] com os Estados Unidos, por causa da política bolivariana. Agora, nós temos que recuperar bilateralmente, independente do Mercosul, [as relações] com a Europa, com os Estados Unidos, com o Canadá, com o México, com o resto do mundo”, concluiu.

Clique aqui para ler a matéria do jornal O Globo.

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24/01/2017