Para Tebaldi, Lula faz “confissão de culpa” ao se recusar a falar com Moro sobre presentes
A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou não reconhecer a competência do juiz Sergio Moro para investigar o caso dos presentes recebidos pelo petista na época em que ele ocupava a presidência da República, e que foram apreendidos pela Polícia Federal na operação Aletheia. Como revela matéria publicada nesta segunda-feira pelo jornal O Estado de S. Paulo, Lula disse que só prestará esclarecimentos sobre o assunto à Justiça Federal de Brasília.
“Há que se pontuar que o presente procedimento versa sobre fatos que ocorreram em Brasília (isto é, suposto recebimento de bens quando no exercício do cargo de Presidente da República) e a busca e apreensão se deu em agência do Banco do Brasil localizada em São Paulo. Desse modo, não há motivos para que a presente investigação ocorra em Curitiba, uma vez, ainda, que todos os fatos apontados na investigação se dissociam territorial e materialmente de qualquer aspecto ou conteúdo da ‘Operação Lava Jato’.”, destaca a peça apresentada pelos advogados do petista.
Para o deputado federal Marco Tebaldi (PSDB-SC), ao tentar escolher a instância que apurará o caso, desqualificando a capacidade de que este trabalho seja feito por Sergio Moro, o ex-presidente faz uma “confissão de culpa” das irregularidades pelas quais vem sendo investigado.
“Primeiro, o Lula tem que saber que hoje ele é um cidadão normal, comum, como qualquer outro brasileiro, e tem que se submeter às investigações da Justiça, seja onde for. Ele não pode escolher onde ele acha que é melhor para ele. A Justiça do Paraná, que está investigando a Lava Jato, tem responsabilidade de fazer sua investigação e ele tem que se submeter a isso. No mais, é confissão de culpa. Quem não deve, não teme. Se ele não deve nada, ele tem que explicar”, analisou o parlamentar.
A reportagem do Estadão destaca que 23 caixas contendo itens como espadas, moedas, adagas estavam armazenadas em uma agência do Banco de Brasil em São Paulo desde janeiro de 2011, quando o petista deixou a presidência. Pela lei, vários desses itens devem integrar o acervo da presidência da República, não podendo ser utilizados pessoalmente por ex-presidentes. Para Tebaldi, as investigações destas irregularidades, somadas aos casos do sítio de Atibaia e do tríplex do Guarujá, tornam a situação do petista cada vez mais complicada diante da Justiça.
“Está cada vez se complicando mais, ele não tem mais escapatória. É só esperar o momento de o Sergio Moro botar na cadeia, fazer ele falar e pagar o que deve. Não vejo outra saída”, resumiu o tucano.
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