Para tucano, planos de demissão voluntária refletem política equivocada dos governos petistas

Imprensa - 04/01/2017

giuseppe vecci foto Agencia Camara 4Brasília (DF) – Como mais um reflexo da grave crise econômica instalada no país pelos governos do PT, a Caixa Econômica Federal fechou sua proposta para o plano de demissão voluntária (PDV), que deverá ser aberto aos funcionários no fim deste mês com adesão até o começo de fevereiro. Nos últimos dois anos, as estatais federais demitiram ao menos 21.570 funcionários por meio de PDVs. As informações são do jornal Folha de S. Paulo desta quarta-feira (4).

De acordo com a reportagem, o projeto do banco prevê que até 10 mil trabalhadores podem aderir ao programa, que deve ser direcionado a funcionários em idade de se aposentar, mas que seguem na ativa. A Caixa tem um universo de 20 mil servidores que se enquadrariam nessas regras.

No final de novembro, o Banco do Brasil (BB) também confirmou o plano de incentivo à aposentadoria de funcionários. De 18 mil servidores que poderiam deixar a instituição financeira, 9.409 aceitaram a oferta e se aposentaram. Com isso, o BB desembolsou R$ 1,4 bilhão em incentivos, mas deve economizar R$ 2,3 bilhões em despesas neste ano.

Para o deputado federal Giuseppe Vecci (PSDB-GO), a adoção de sucessivos planos de demissão voluntária como forma de tentar superar a crise refletem mais uma vez a má gestão promovida pelos governos dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff nas estatais brasileiras.

“Nesse cenário de crise aguda – crise essa que não passou pelos bancos, que tiveram lucros astronômicos – é ruim ver que dois dos maiores bancos estatais brasileiros estão nessa situação financeira ruim, criando programas especiais para que seus funcionários possam fazer demissões voluntárias. Tudo isso demonstra a política equivocada que os governos do PT tiveram com as estatais, nesse caso específico com a Caixa”, lamentou.

Para incentivar a aposentadoria, o banco planeja oferecer uma bonificação de 10 salários, conforme o tempo de casa. No entanto, esse é um dos pontos que precisam da aprovação do governo antes da publicação das regras aos funcionários.

O objetivo das duas instituições é reduzir o custo com despesas operacionais e administrativas, para alinhá-las ao resultado de seus pares privados.

Ineficácia

Segundo o parlamentar, a crise instalada nos bancos públicos demonstra ainda a ineficiência da administração, que não se voltou para os interesses maiores do desenvolvimento brasileiro.

“Num setor onde tem os melhores êxitos para os seguimentos empresariais do país, que é o setor financeiro, com lucros grandiosos, fica claro que ao longo desse período a administração da Caixa foi ineficaz. Se o Bradesco, Itaú e todos esses bancos têm lucros astronômicos, significa que a Caixa e o BB não tiveram as mesmas condições de realizar ganhos no nível que esses bancos privados tiveram. Houve um erro grave de gestão”, acrescentou.

De acordo com a reportagem, a Caixa ainda não informou quanto espera economizar com a redução do quadro, mas o impacto da redução da folha de pagamento só deverá aparecer nos resultados financeiros de 2018.

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04/01/2017