Para tucano, retomada de investimentos estrangeiros reflete recuperação do prestígio internacional do país
Brasília (DF) – Após passar por um turbulento cenário político e econômico no ano passado, o Brasil voltou a ver os investimentos estrangeiros em crescimento no país. O Banco Central (BC) informou nesta terça-feira (24) que, em 2016, o Brasil recebeu US$ 78,9 bilhões de recursos produtivos, 6% a mais do que no ano anterior. Parte desse valor foi enviada ao país por quem buscava oportunidade, já que, com a crise, o Brasil está mais barato. Nas corretoras, os estrangeiros estão de olho em pechinchas, seja em ações, fundos de investimentos ou até mesmo imóveis de empresas que fecharam.
De acordo com o jornal O Globo desta quarta (25), outra parte do investimento estrangeiro no país veio de filiais de empresas brasileiras remetendo recursos para suas matrizes. Entre os segmentos que se destacaram como receptores de investimentos diretos no ano passado estão extração de petróleo e gás, indústrias química e automotiva e serviços, comércio e transportes.
Para o economista e deputado federal Adérmis Marini (PSDB-SP), a volta dos investimentos demonstra como a saída do governo do PT foi positiva para o país. Segundo ele, as medidas adotadas pela gestão do presidente Michel Temer favoreceram a retomada da confiança política e, consequentemente, a retomada de investimento estrangeiro.
“A agenda de reformas positivas adotadas pelo governo Temer faz com que o cenário internacional comece a olhar para o Brasil com novos olhos, com mais otimismo. Isso adquire uma confiança e faz com que essas empresas voltem a investir no país. Nos próximos anos, vamos ter muito mais investimento ainda com a aprovação de reformas necessárias para fazer o Brasil voltar a crescer”, afirmou.
Na avaliação do tucano, a expectativa é que a melhora no cenário econômico reflita em breve na retomada do emprego. “Apesar de estamos com a taxa de desemprego acima de 10%, que é muito alta, já começamos a ter uma melhora visível. Para voltar a crescer, o país tem que gerar emprego e renda para a população”, disse.
Ouvidos pela reportagem de O Globo, os economistas do Bradesco avaliam que o forte desempenho do Investimento Direto no País (IDP) também pode ser explicado pelo saldo positivo de US$ 6,6 bilhões de empréstimos intercompanhia, contra média mensal de US$ 1,8 bilhão nos três meses anteriores. Já a participação de capital mostrou fluxo positivo de US$ 8,8 bilhões.
Ainda segundo a autoridade monetária, o déficit de todas as trocas de serviços e do comércio do Brasil com o resto do mundo ficou em US$ 23,5 bilhões em 2016. É o mais baixo desde 2007, quando o BC registrou um superávit. Houve uma queda de 40% no rombo das contas externas em relação ao ano anterior.
Segundo o tucano, os dados informados pelo BC comprovam que o país também está voltando para o caminho da recuperação do prestígio internacional. “Sem dúvida nenhuma. Essa agenda positiva vai mostrar para o mundo que o país vai fazer o dever de casa. A própria limitação dos gastos públicos mostra que temos um governo mais responsável. Como consequência, isso vai fazer com que o Brasil seja visto no cenário internacional com outros olhares e, enfim, recupere seu prestígio”, avaliou.