PEC da reforma política cria federação de partidos e cláusula de desempenho para legendas

Pela proposta, duas ou mais legendas poderão se reunir para atuar como uma unidade partidária durante quatro anos de mandato

Imprensa - 09/11/2016

aloysio_interna112O Senado aprovou nesta quarta-feira (9), em primeiro turno, a proposição que estabelece uma profunda reforma política no país. A Proposta de Emenda à Constituição 36/2016, de autoria dos senadores do PSDB, Aécio Neves (MG) e Ricardo Ferraço (ES), estabelece o fim das coligações partidárias e cria cláusula de desempenho para acesso ao fundo partidário e para o tempo de propaganda gratuita de rádio e TV.

Para não causar prejuízos aos partidos de pequeno e médio porte, a proposta ainda prevê a criação de um sistema de federação de partidos. Duas ou mais legendas poderão se reunir, atuando como uma unidade partidária durante os quatro anos de mandato. O senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) detalha essas mudanças.

“As federações, como as coligações partidárias, podem funcionar como se fossem um único partido. Se agrupam para aumentar os eleitos por vários partidos, em torno de uma federação que funcionaria como um partido. Com todas as prerrogativas dos partidos parlamentares, que têm os partidos de liderança, enfim, as questões de funcionamento do parlamentar.”

A cláusula de desempenho proposta estabelece que, para ter direito a funcionamento parlamentar, fundo partidário e tempo de rádio e TV, os partidos têm que obter, nacionalmente, pelo menos 2% dos votos para deputado federal, percentual que deve ser atingido em pelo menos 14 estados já nas eleições de 2018. Em 2022, esse percentual aumenta para 3%. O senador Aloysio Nunes explicou ainda como funcionaria a distribuição do fundo partidário.

“Esse pacto de aliança vai durar toda a Legislatura. E, evidentemente, a distribuição de fundo partidário é proporcional ao número de eleitos de cada partido que integra a federação. É um casamento com um prazo fixo. Mínimo de quatro anos.”

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), pretende votar o segundo turno da matéria no dia 29 de novembro e enviar o texto à Câmara, onde a proposta terá que ser aprovada também em dois turnos. A PEC 36 é a primeira proposição relacionada à reforma política a ser apreciada pelo Congresso Nacional após o acordo entre os presidentes da Câmara e do Senado para um novo esforço no sentido de fazer a reforma.

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09/11/2016