PIB no Nordeste caiu 4,3% nos últimos dois anos em razão da crise e da seca
O Nordeste foi a região do país mais castigada pela crise econômica e pelos problemas climáticos em 2015 e 2016. Como resultado, o território viu seu Produto Interno Bruto (PIB) cair, em média, 4,3% ao ano. Parte desse efeito é reflexo da queda nas transferências governamentais, das quais o Nordeste é altamente dependente. Segundo levantamento feito pela Tendência Consultoria Integrada, publicado nesta segunda-feira pelo jornal Estado de S. Paulo, a renda do Bolsa Família teve queda média de 5,7% ao ano, entre 2015 e 2016.
Os dados mostram ainda que quase 24% da renda familiar na região vinha de aposentadorias, pensões e programas de transferência de renda, também afetados pela crise. O deputado federal Rogério Marinho (PSDB-RN) aponta que faltou estímulo por parte do governo federal para promover avanços na produtividade e tornar as conquistas na região duradouras.
“Nós estamos precisando aproveitar o enorme potencial que o Nordeste brasileiro tem para qualificar essa mão de obra que já vem demonstrando muita dinâmica em vários aspectos econômicos, como energia eólica, piscicultura irrigada, fábricas de calcário. Práticas inovadoras e empreendedoras para que tenhamos, em curto prazo, uma retomada do crescimento econômico.”
O Nordeste também tem arcado com as consequências da pior seca dos últimos 100 anos. Por causa da falta de água, a região teve prejuízos de R$ 104 bilhões entre 2012 e 2015. Desse total, R$ 74,6 bilhões foram na agricultura, R$ 20,6 bilhões na pecuária e R$ 1 bilhão na indústria. Além da falta de infraestrutura nas questões hídricas, como a transposição do Rio São Francisco, Marinho também destaca que falta trazer ao país inovações e experiências de outros países que possam ajudar na adaptação ao clima seco.
“Nós precisamos trabalhar novas tecnologias, trazer inovação e experiências que deram certo em outros países. E existe uma série de exemplos de países que tem práticas de políticas públicas exitosas na convivência com o clima semiárido”, afirmou o deputado.
Outros índices da região também despencaram. Com o desemprego em alta, a renda familiar dos nordestinos encolheu 2% ao ano, o que afetou também as vendas no comércio, que caíram quase 20% nos últimos dois anos.
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