Planalto busca ampliar apoio pelo impeachment e prevê até 63 votos favoráveis à cassação de Dilma
Às vésperas do julgamento final de Dilma Rousseff, o Palácio do Planalto busca ampliar a margem de votos favoráveis ao impeachment da petista no Senado Federal. Em entrevista à Rádio Estadão nesta segunda-feira, o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, falou sobre a expectativa do governo do presidente em exercício, Michel Temer, de obter até 63 votos pela condenação da presidente afastada. Dilma é acusada de ter atentado contra a Lei de Responsabilidade Fiscal ao praticar as “pedaladas fiscais” – atrasos de pagamento da União a bancos públicos para execução de despesas – e de desrespeitar o Legislativo ao editar decretos de abertura de crédito suplementar sem autorização do Congresso Nacional. Diante das evidências, o senador Dalírio Beber (PSDB-SC) acredita que será fácil alcançar o número de votos pró-impeachment esperado pelo governo. Para o tucano, a maioria da população brasileira tem pressionado os parlamentares para que decidam pelo afastamento definitivo de Dilma.
“Existe hoje o aspecto jurídico comprovado do crime de responsabilidade e o aspecto político, que a nação brasileira acompanha com muita atenção, e que faz com que os senadores se sintam muito pressionados para por um ponto final neste governo irresponsável que comandou o país nos últimos anos”, afirmou.
Dalírio Beber também ressalta que Temer dá sinais de que conduzirá bem as políticas necessárias para fazer com que o país retome o crescimento econômico. O senador lembra que o afastamento de Dilma da presidência, ocorrido em maio deste ano, gerou um clima de maior confiança.
“Só o fato de o Senado Federal ter afastado temporariamente a Presidente da República já criou uma expectativa de que as coisas podem e devem melhorar. A constituição da equipe econômica, sob comando de Henrique Meirelles, deu esse alento. Mas está resolvida a situação? Não está. Nós esperamos que, com a decisão do afastamento definitivo da presidente Dilma, se entregue a Michel Temer uma responsabilidade maior”, destacou o parlamentar.
A sessão que decidirá o futuro de Dilma Rousseff está marcada para esta quinta-feira (25). A previsão é de que o julgamento dure quatro dias.