Plinio critica proposta de reforma apresentada pelo governo e prega diálogo

Em discurso na tribuna do Senado, o senador Plínio Valério (AM) afirmou que a reforma da previdência é demasiadamente dura, e criticou a idade mínima de 62 anos para aposentadoria das mulheres definida pelo governo federal. O senador tucano admite que este é o momento de todos terem um gesto de grandeza para aprovar a reforma da previdência, mas adianta que é preciso fazer algumas correções de injustiças na proposta do Governo.
Plínio Valério considerou um sinal positivo de disposição ao diálogo a decisão do presidente Jair Bolsonaro de entregar pessoalmente a proposta de reforma da Previdência aos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP).
No entanto, Plínio alertou que, no encaminhamento das reformas que incluem o pacote anticrime, o Congresso não pode se contaminar pela turbulência causada pela demissão do ex-ministro Gustavo Bebiano, tampouco abrir mão do seu direito de dialogar com o governo e analisar as propostas para melhorá-las, tirando os “bodes” colocados pela equipe econômica para facilitar sua aprovação.
“As pessoas têm que entender que o Parlamento não é um quartel, o Parlamento não é uma vara cível ou uma vara criminal. No quartel, a ordem é dada pelo general e é cumprida. Nas varas cível e criminal, sentença não se discute, cumpre-se. Aqui, não. Aqui é diálogo, aqui é conversa”, cobrou Plínio.
Nesse momento de turbulência política, Plínio diz que é preciso que o Senado mostre equilíbrio até o último momento, evitando colocar mais combustível na crise política provocada pela demissão de Bebiano.
“Não podemos nos juntar a picuinhas. Há pessoas que por não terem cruz para carregar, pegam dois palitos de fósforo e tornam a cruz pesada. Há pessoas que gostam de problemas. E esta não é a hora de nós, Senadores, entrarmos nessa barca”, alertou Plínio.
O senador tucano participou ainda nessa quarta-feira (21) de reunião da Executiva Nacional do PSDB em que se discutiu o encaminhamento da reforma da previdência e o pacote anticrime do ministro da Justiça, Sérgio Moro. Ficou deliberado que o partido vai realizar seminários com especialistas para destrinchar todos os pontos das reformas e em no máximo 20 dias deve ser elaborado um documento que servirá como orientação para os deputados e senadores do PSDB tomarem suas decisões na hora do voto.
“Eu fui eleito pelos amazonenses e assumi o compromisso de votar em tudo que for bom para a República. Pedem paciência com o novo governo, teremos; pedem tolerância, compreensão. Teremos, sim. Eu chego aqui disposto a ouvir, a argumentar. Eu estou aqui consciente de que preciso sempre dialogar. Agora, não querer ouvir o outro lado, achar que você pode mandar um documento pronto, terminativo. Não pode.”
Da assessoria de imprensa do parlamentar, com alterações