Por causa de irregularidades detectadas, ministro da Educação prevê mudanças no Fies

Imprensa - 28/11/2016

As irregularidades detectadas pelo Tribunal de Contas da União no Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) entre os anos de 2009 e 2015 despertaram preocupação no governo, e o ministro da Educação, Mendonça Filho, afirmou que pretende reformular o programa. Em evento na Associação Comercial de São Paulo, o ministro não deu detalhes sobre a mudança, mas disse que o objetivo hoje é garantir a saúde financeira e a sustentabilidade do Fies. Segundo técnicos do TCU, a concessão indiscriminada de bolsas e as dívidas com faculdades geram um rombo que pode chegar a R$ 20 bilhões de reais. O deputado federal Izalci Lucas (PSDB-DF) aponta que, diante de outras irregularidades já descobertas no âmbito de programas federais nos governos do PT, não é inesperado que o Fies também contenha suspeitas de ilegalidades e marcas negativas de má gestão.

“Não há nenhuma surpresa de qualquer irregularidade ou má gestão dos programas desse governo. Não havia nenhum programa dos governos Lula e Dilma que não tivesse por trás um esquema. Nesse caso, deve ter aluno fantasma, gente cadastrada acima do valor, que não poderia ter recebido o benefício”, declarou o tucano.

Izalci Lucas, que é presidente da comissão mista que analisa a Medida Provisória que reforma o ensino médio, espera que os planos do governo em relação ao Fies tornem o programa mais compatível e sustentável, além de atender melhor às necessidades do mercado e não a interesses políticos.

“O que o governo e o ministro da Educação vão fazer é tornar isso um programa de Estado, compatibilizar isso com as políticas públicas, valorizando ou encaminhando esses financiamentos para regulamentação do mercado. É isso que precisa ser feito, e não apenas usar (o Fies) como uma forma de ganhar eleições ou de iludir a população e depois não ter dinheiro para pagar”, acrescentou.

Com as baixas taxas de juro e afrouxamento das exigências de participação do programa, o governo concretizou 2,2 milhões de contratos no período. A maior adesão ocorreu entre 2013 e 2014, período que antecedeu a campanha de Dilma Rousseff pela reeleição, quando 1,2 milhões de novos contratos foram assinados. O TCU quer ouvir oito ministros dos dois governos petistas para buscar esclarecimentos.

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28/11/2016