Por que a participação feminina na política ainda é tão baixa?

Acompanhe - 31/10/2017

Parlamentares defendem o sistema de cotas para ampliar o acesso delas

No dia 3 de novembro – é comemorada a instituição do voto feminino no país. Há 87 anos, após manifestações na então capital federal, Rio de Janeiro, as mulheres conquistaram o direito que foi ratificado no código eleitoral de Vargas no ano 1932. Assim, o Brasil se tornou um dos pioneiros na adoção do voto feminino passando à frente de países como França, Japão e Itália.

Mas esse pioneirismo não garantiu a participação igualitária das mulheres nas décadas seguintes. Prefeituras, Assembleias Legislativas, Câmara e Senado amargam pouca representatividade das candidatas eleição após eleição. Atualmente, o Brasil está entre os mais baixos indicadores de igualdade de gênero na política.

Números da desigualdade

Dados do ranking internacional sobre a participação da mulher na política – que analisou 190 países e foi publicado pela União Interparlamentar – destacou o Brasil como a nação com a pior inclusão feminina em toda a América Latina, graças aos 67 postos ocupados entre os 594 cargos de deputados federais e senadores, o que representa apenas 11,2%. Já o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) destaca que nas eleições de 2016, a participação das mulheres nas prefeituras caiu 0,27% em relação a 2012. Atualmente elas representam apenas 31,6% desses candidatos.

Em contrapartida, a atuação da mulher no mercado de trabalho tem sido ascendente nas últimas décadas. Hoje, 44% dos postos de trabalho são ocupados por elas, que também são responsáveis pelo sustento de pelo menos 40% das famílias brasileiras, segundo o último levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA).

Sistema de cotas

Para reduzir a massiva participação masculina na vida pública e estimular o acesso delas, assim como ocorreu no mercado de trabalho, parlamentares defendem a implementação do sistema de cotas para mulheres nos cargos políticos. A deputada federal Yeda Crusius (PSDB- RS) e a presidente do PSDB Mulher, Solange Jurema,  defendem as cotas em regime temporário até que o problema seja resolvido em conjunto com outras ações de inclusão.

Queremos ouvir você! O que pensa sobre a igualdade de gêneros na política? É a favor ou contra do sistema de cotas? Participe!

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31/10/2017