Povo da Venezuela precisa de apoio de países democráticos, diz tucano
O Brasil e outros países discutirão, nesta quarta-feira, em reunião de chanceleres da Organização dos Estados Americanos (OEA), a criação de um “grupo de amigos da Venezuela”, como já existiu no passado. É mais uma ideia para tentar restabelecer o diálogo entre o governo de Nicolas Maduro e a oposição, além de buscar soluções para a grave crise no país. O plano de recriação do grupo é defendido pelo ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes. O ministro afirmou que o Brasil é um dos países que – pelo tamanho de sua fronteira – mais sofre as consequências da crise venezuelana. Membro da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, o deputado federal Bonifácio de Andrada (PSDB-MG) concorda que a situação venezuelana também afeta países vizinhos, e é a favor de que o Brasil ajude a encontrar soluções que devolvam a normalidade democrática à Venezuela.
“O problema da Venezuela é muito grave, porque não só atinge a vida interna do país como todos os povos vizinhos, sobretudo o Brasil. Por ter fronteiras muito ligadas com a Venezuela, o Brasil vem recebendo – o que é compreensível – a transferência de pessoas que fogem de lá. A Venezuela precisa ter o apoio dos países democráticos para conseguir uma conciliação interna e voltar a ter estabilidade democrática que possa levar felicidade para o povo”, disse.
O oposicionista Julio Borges, presidente da Assembleia Nacional venezuelana, também é favorável à alternativa. Em 2003, um “grupo de amigos da Venezuela” foi criado para cessar o conflito entre oposição e governo. que estava nas mãos de Hugo Chávez. Na época, o grupo conseguiu cessar temporariamente a hostilidade entre os lados. Bonifácio acredita que a estratégia pode funcionar novamente, e aplaude a união dos países americanos em torno desse propósito.
“Eu considero muito acertada e justa a atitude do ministro Aloysio Nunes, nosso líder das Relações Exteriores, juntamente com outros países, em procurar tomar as providências para conseguir que a Venezuela alcance uma situação de equilíbrio e estabilidade”, declarou Bonifácio.
Enquanto países americanos buscam soluções para o impasse na Venezuela, manifestações tomam conta das ruas. Os episódios de perseguição e violência nos protestos já ocasionaram a morte de 59 pessoas.
