Presidente do Supremo nega pedido de Lula para anular gravações da Lava-Jato
A tentativa da defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de anular as gravações do petista capturadas pela Operação Lava Jato foi, mais uma vez, frustrada. O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, negou pedido de liminar em que os advogados do ex-presidente tentavam invalidar os áudios em que ele aparece conversando com autoridades que na época tinham foro privilegiado.
Lewandowski determinou, ainda, que o juiz federal Sérgio Moro separe e mantenha sob sigilo áudios de conversas entre o petista e autoridades. No entanto, o presidente do STF suspendeu o uso das gravações até que o ministro-relator Teori Zavascki analise o caso após o recesso do Judiciário, em agosto. As informações são de matéria publicada nesta terça (19) pelo jornal O Estado de S. Paulo.
Lula foi flagrado conversando com a presidente afastada Dilma Rousseff, que continua com foro privilegiado, e os ex-ministros da Casa Civil Jaques Wagner e da Fazenda Nelson Barbosa que, na época, também tinham o mesmo benefício. As gravações mostram Lula numa suposta tentativa de obstruir a Justiça e dificultar o trabalho das autoridades nas investigações em que ele é o foco.
Zavascki já havia anulado uma gravação de Lula com Dilma, feita após o horário em que Moro havia determinado o fim das interceptações, mas manteve a validade sobre outras gravações.
Moro defendeu, na semana passada, a legitimidade dos áudios de Lula. As gravações foram feitas durante uma investigação contra o ex-presidente sob suspeita de envolvimento no esquema da Petrobrás.