Presidente tem sido o principal fator de desestabilização no país, afirma Serra
“O principal fator de desestabilização política do país tem sido o próprio presidente”, afirmou o senador José Serra (SP). Pelo Twitter, o tucano reforçou que Bolsonaro faz provocações diárias e adota “atitudes insólitas”, como impedir que jornalistas da Folha de S.Paulo acompanhem suas atividades no exterior e convocar manifestações contra o Congresso.
“Fico imaginando o grau de aflição das pessoas mais sensatas de sua equipe governamental”, escreveu Serra. O senador avaliou ainda que Bolsonaro encontrou uma situação econômica mais favorável que seus antecessores – Dilma Rousseff e Michel Temer – e que nenhum grupo significativo do Congresso, embora faça oposição, “tem se empenhado em destruir seu governo”.
O Congresso Nacional aguarda que o Executivo encaminhe, entre outras matérias importantes, suas propostas para as reformas administrativa e tributária. Entretanto, o presidente tem adiado essas medidas e adotado uma postura bélica em relação aos demais Poderes da República.
Falta sensatez
Em sua declaração, Serra se junta ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso que, em artigo publicado nos jornais O Globo e O Estado de S. Paulo, afirmou que “o presidente e seu círculo têm sido desastrados no falar, quando não no agir” e que acirram as ondas que nascem no meio político. “Não raro são eles próprios a produzir turbulência a partir de um impulso de confronto incompatível com o bom funcionamento das instituições e potencialmente perturbador da ordem democrática”, escreveu FHC.
Para o ex-presidente, sensatez e coordenação são essenciais neste momento de insegurança – agravada pelo coronavírus – e de desemprego resistente à queda. “Elas são necessárias para reduzir a insegurança e criar clima favorável ao investimento, sem o qual o crescimento da economia será anêmico”, afirmou. Felizmente, disse, os chefes de outros Poderes têm responsabilidade com o país e não “lançam mais lenha na fogueira”.
