Privatização de aeroportos arrecada R$ 3 bi para o governo e promete modernizar terminais

O leilão dos aeroportos de Porto Alegre, Florianópolis, Salvador e Fortaleza, realizado nesta quinta-feira, vai arrecadar para o governo federal mais de R$ 3,7 bilhões, ao longo de 30 anos de concessão. O resultado foi melhor que a previsão de arrecadação inicial, estimado em pouco mais de R$ 3 bilhões, o que representa um ágio de 23%. Agora, esses aeroportos serão operados pela iniciativa privada, e estão sob responsabilidade de três grupos. A alemã Fraport fará a gestão dos aeroportos de Fortaleza e Porto Alegre; a francesa Vinci Airport administrará o terminal de Salvador, e o aeroporto da capital catarinense ficará sob controle da empresa suíça Zurich. Juntos, esses grupos devem investir mais de R$ 6,5 bilhões em projetos para a melhoria de serviços. O líder do PSDB no Senado, Paulo Bauer, de Santa Catarina, comemora o sucesso do leilão e, em maior escala, do Programa de Parcerias de Investimentos, que deve trazer um retorno financeiro satisfatório ao país.
“A decisão do governo federal de fazer a privatização foi acertada, porque permite que a iniciativa privada faça os investimentos. O governo se torna o fiscalizador, e quem tem o benefício da qualidade do serviço é o usuário. Eu tenho certeza que o Brasil precisa seguir nesse caminho, da parceria, onde o investimento seja feito pela iniciativa privada e tenha por isso resultado financeiro e, acima de tudo, gere empregos e dê condições de sustentabilidade econômica ao nosso país”, disse.
Diferente de rodadas anteriores, o novo modelo de concessão não trouxe a estatal Infraero como sócia majoritária. Para Bauer, essa mudança pode fazer a diferença para que as concessões atinjam os níveis de demanda e qualidade esperados para os aeroportos.
“O governo federal e a própria Infraero devem ser fiscalizadores, para que a empresa concessionária trabalhe dentro da lei e em favor dos usuários e das companhias aéreas. Não há porque o governo querer ser sócio majoritário na operação de um aeroporto. Eu estou certo de que o modelo de licitação, de concessão que agora está implantado é o ideal”, declarou.
Usuário do aeroporto Internacional Hercílio Luz, em Florianópolis, o tucano relatou o descaso na construção do novo terminal de passageiros na região ao longo dos anos, onde equipamentos em desuso foram depositados a céu aberto, em processo de corrosão. Bauer espera que, com a concessão, o aeroporto receba o investimento que merece, por estar localizado no segundo maior destino de turistas estrangeiros no país.